VISTAS DO FRONT:

IMAGENS E TEXTOS DA GUERRA DO PARAGUAI

Resumo

Multiplicada em documentos oficiais, relatos em primeira pessoa e crônicas jornalísticas, a Guerra do Paraguai (da Tríplice Aliança, Guerra Guasu, 1864-1870) gerou também uma grande proliferação de imagens. Plasmadas em ilustrações, pinturas e fotografias, forneceram a ampla cobertura visual dada pela imprensa durante o conflito, e também as posteriores representações históricas que, na época e nas décadas seguintes, povoaram o imaginário nacional dos vencedores e dos vencidos. Periódicos ilustrados, como o jornal de trincheira paraguaio Cabichuí, impresso nas fortificações de Humaitá, ou a imprensa oficialista que cobria o conflito sediada nas capitais, como A Vida fluminense e Semana Ilustrada, no Rio, ou El Semanario de Avisos y Conocimientos útiles, em Assunção, além das narrativas autobiográficas e dos tratados históricos, foram fontes indispensáveis para acompanhar em tempo presente as evoluções e desastres da guerra. A partir de 1870 e nas décadas seguintes, os episódios bélicos seriam rememorados e reavaliados a partir de posturas contrapostas tanto nos ensaios de interpretação histórica, nas narrativas autobiográficas e nos romances históricos quanto através das artes plásticas patrocinadas pelos estados nacionais ou por entidades públicas, como no caso de algumas das obras de Victor Meirelles e Pedro Américo, no Brasil, e de Adolf Methfessel e Cándido López, na Argentina, entre outros pintores que se dedicaram ao assunto. Parte dessa vasta produção textual e iconográfíca relativa ao devastador conflito será analisada neste artigo.