Íon, de Eurípides, e a fundação da Grécia patriarcal

Autores

  • Paulo Sérgio Marques
  • Ana Luiza Silva Camarani

Palavras-chave:

Eurípedes, Tragédia, Estudos Clássicos, Literatura, Mito, Antropologia

Resumo

A tragédia Íon, de Eurípides, dramatiza o mito do pai dos jônios, um dos povos indo-europeus que invadiram a península grega, dando origem à cultura helênica. Pode-se, portanto, encontrar na tragédia elementos simbólicos e arquetípicos do encontro da cultura pré-patriarcal e agrícola do litoral com a cultura nômade pastoril do interior. Com isso, Eurípides é uma voz da nostalgia matrística na Atenas patriarcal de seu século. Este artigo busca, portanto, propor uma crítica antropológica da tragédia de Eurípides, na tentativa de trazer outra luz para a interpretação desta tragédia polêmica na obra do autor. Para tanto, baseia-se especialmente em autores que relacionam mito, antropologia e literatura, como Eliade (2001), Maturana e Verden-Zöller (2004), Erich Neumann (2003) e Ivánov (1981), dentre outros.

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Publicado

07.04.2011

Edição

Seção

Artigos do Dossiê