O CENÁRIO DA POLÍTICA EDUCACIONAL NO ESPÍRITO SANTO DURANTE A PRIMEIRA REPÚBLICA
Resumo
O artigo apresenta um estudo sobre o cenário da educação pública no Espírito Santo, durante a Primeira República, e focaliza, especificamente, os principais aspectos que marcaram a implantação das Reformas Moniz Freire (1892), Gomes Cardim (1908) e Atílio Vivacqua (1928). No estudo dessas reformas educacionais, destacam-se as ações propostas, as principais medidas relacionadas à formação do Magistério primário, as ideias pedagógicas que configuravam os discursos dos reformadores e a circulação/apropriação dessas ideias pelos professores da rede pública de ensino. Foi feita uma análise a partir do entrecruzamento das informações relativas com os aspectos políticos, econômicos e socioculturais que marcavam a sociedade capixaba entre o final do Século XIX e as primeiras décadas do Século XX, com destaque para a cidade de Vitória. Como metodologia, trata-se de uma pesquisa histórico-documental, para cujo desenvolvimento foi selecionada uma grande variedade de testemunhos escritos, como relatórios governamentais, legislação educacional, ofícios, requerimentos e cartas, emitidos e recebidos pelas autoridades dirigentes, e a produção escrita de professores publicadas em jornais e revistas. Os pressupostos historiográficos formulados por Bloch (2001) e Ginzburg (2002, 2004) nortearam o trabalho com as fontes documentais, tratadas como vestígios, indícios do momento histórico focalizado. O conjunto das fontes analisadas no trabalho de pesquisa sinalizou que as discussões sobre a educação ganhavam espaço entre os diversos segmentos da sociedade capixaba durante a Primeira República.
Palavras-chave: Reformas educacionais. Espírito Santo. Primeira República.
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Referências
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