“PEITA VAGABUNDO, ESTE É O BONDE DO 15” – MÚSICA E OSTENTAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR
Resumo
O presente artigo propõe discutir algumas questões de minha pesquisa de doutorado que tem como objetivo principal conhecer a prática de tocar-ouvir música mediado pela apropriação de arquivos MP3 no cotidiano da Escola Municipal Compositor Luiz Gonzaga (mais comumente chamada de “a Compositor” por seus estudantes, responsáveis, professores, funcionários e membros da comunidade). Trata-se de uma escola municipal carioca, de Ensino Fundamental, localizada em Jacarepaguá (Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro), cujos estudantes residem, em sua grande maioria, em Cidade de Deus. As questões que pretendo discutir neste trabalho são relativas, mais especificamente, aos chamados funk-ostentação. Trata-se de uma categoria do funk carioca bastante tocado-ouvido na escola municipal em questão (e em tantas outras escolas municipais, certamente) cujo conteúdo literário tem sido reiteradamente enquadrado e regulado como uma apologia ao consumo alienado. Entretanto, enquanto uma performance musical, o funk-ostentação possibilita a emergência de algumas estreitas e complexas relações entre estética, política e conhecimento, sobretudo ao posicionar algumas desigualdades e diferenças não como uma exceção ou crise de um (pré)determinado padrão de sociabilidade, mas sim como elementos estruturantes de suas próprias relações intersubjetivas.
Plavras-chave: Música. Funk. Diferença. Subjetividade.
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Referências
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