Memória e espaços seguros de fala: o que trabalhadoras domésticas contam de si?
DOI :
https://doi.org/10.22478/ufpb.1887-8214.2024v38n1.71229Mots-clés :
Narrativas de vida, Espaços seguros de fala, Trabalho doméstico, MaranhãoRésumé
Apresentamos neste artigo algumas narrativas de vida (Bertaux, 2010) de trabalhadoras domésticas maranhenses. Os relatos fazem parte de uma pesquisa em andamento que busca criar condições de escuta ativa (Lévinas, 2006) junto a um grupo de mulheres mediadas pelo Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Domésticas do Maranhão. A partir da ideia de Patrícia Collins (2019) de espaços seguros de fala e também na busca de memória como sinal de luta (Portelli, 2000), evidenciamos alguns aspectos encontrados que nos dão pistas para compreender de que formas essas mulheres, ao falarem de si, (re)elaboram, na linguagem, formas de opressão e violações de direitos historicamente vivenciadas por elas. Concluímos que falar de si em espaços seguros de fala gera confiança e faz parte de um processo de resistência em mulheres que foram, historicamente, silenciadas e hoje podem “erguer a voz”, mesmo que grande parte da sociedade machista e patriarcal ainda tenha muita dificuldade de ouvi-las.