Haroldo de Campos: diálogos intersemióticos na transcriação da poesia chinesa
DOI :
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2022v24n1.62214Mots-clés :
reimaginação, signo, semiose , poesia, ChinaRésumé
Entre os mais diversos horizontes de possibilidades que os trabalhos do poeta, teórico e tradutor Haroldo de Campos sinalizam, este artigo propõe analisar o fenômeno de tradução da poesia chinesa, configurado por Campos em seu livro escrito sobre jade: poesia clássica chinesa reimaginada por Haroldo de Campos, como modelo de transcriação intersemiótica. É a partir de sua incursão nos estudos sobre a língua e a arte literária chinesa que Haroldo propõe um distanciamento do percurso da tradução segundo o processo comum de literalidade dos significados linguísticos, para sinalizar a formação de um modelo tradutório de reconstituição dos elementos simbólicos culturais. Conceituado como “tradução-tradição”, a transcriação haroldiana busca um processo de reimaginação, cujo objetivo é o da recriação da tradição da poesia chinesa, a partir de uma nova moldura que possibilite o reconhecimento dessa tradição. Esse caminho aponta para uma possível recognição de signos linguísticos visuais como tradutores da presença da língua e da cultura chinesa, processo de diálogo que se daria a nível semiótico, possibilitado pela transcriação. No que concerne a proposta de Haroldo, trata-se então, assim se entende, da configuração da ação tradutória como percursos intersemióticos, cujos potenciais de leitura abrem-se para o exame das imagens poéticas como elementos vivos de uma tradição cultural.
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