TRADUZIR JOÃO GUIMARÃES ROSA:
LEVAR O SERTÃO PARA O MUNDO
DOI :
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2023v25n3.67016Mots-clés :
João Guimarães Rosa, tradutores, traduções, transferência culturalRésumé
O objetivo deste artigo é analisar onde e como a obra rosiana se espalhou fora do Brasil através de suas traduções. João Guimarães Rosa marcou a literatura brasileira ao criar a sua própria linguagem poética, inspirando-se principalmente na língua falada no Sertão e renovando a língua portuguesa. Essas características do estilo rosiano, de acordo com Daniel (1968), fazem dele um dos mais autênticos escritores brasileiros contemporâneos, mas dificultam a sua comunicação para fora do Brasil, até mesmo para Portugal. Foi realizada uma análise quantitativa e qualitativa ao listar as traduções existentes e, ao analisar o perfil dos tradutores para entender que tipo de leitura, foi feita da obra. Assim, constatamos que muitos dos tradutores são professores universitários, críticos literários ou escritores. Desde 1958, a obra rosiana foi traduzida em quinze línguas por cerca de cinquenta tradutores diferentes. João Guimarães Rosa sabia da importância da tradução para a circulação de sua obra. O escritor mineiro manteve uma correspondência com vários de seus tradutores, acompanhando o processo de tradução, principalmente quando tinha o domínio da língua. A análise dessa correspondência é essencial para se entender a forma como ele concebia a literatura e a tradução. As correspondências do autor com seus tradutores mostram os desafios aos quais esses profissionais são confrontados durante o processo tradutório, como os nomes próprios, a flora e a fauna, os regionalismos, mas também a recriação das inovações sintáticas e gramaticais. Assim, este artigo mostra como o Sertão rosiano foi levado para o mundo.
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