Solidão e razão: do solipsismo à estrutura relacional do saber em Lévinas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18012/arf.v8i3.60479

Palavras-chave:

Ontologia, Fenomenologia, Solipsismo, Relação, Outro

Resumo

O artigo examina a compreensão levinasiana acerca das categorias filosóficas de solidão e de razão. Objetiva mostrar que, tradicionalmente, a solidão e a razão sempre foram consideradas a partir de uma dialética do ser. A solidão revelou-se aos entes como uma prisão, uma impossibilidade sair de si mesma e foi descrita como uma aspiração ao saber, enquanto transcendência no interior da própria imanência, que conduz para aquilo que lhe falta. Sustenta-se que, em Levinas, o filosofar não envolve uma aspiração que corresponde à redução do Outro ao Mesmo e que a solidão não será rompida mediante o conhecimento, ajustamento do exterior ao interior, enquanto obra da razão solipsista. Portanto, na fenomenologia levinasiana, vislumbra-se uma possibilidade de ruptura como a razão solipsista, que agora será descrita como uma estrutura relacional, em que o saber implica um trabalho coletivo e aberto, cujo desejo visa superar horizontes e buscar o novo mediante a relação com o Outro.

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Biografia do Autor

Marcos Alexandre Alves, Universidade Franciscana - UFN

Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pelotas. Professor do Curso de Filosofia, do Mestrado em Ensino de Humanidades e Linguagens e do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Franciscana - UFN.

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Arquivos adicionais

Publicado

2022-11-14

Como Citar

Alves, M. A. (2022). Solidão e razão: do solipsismo à estrutura relacional do saber em Lévinas. Aufklärung: Revista De Filosofia, 9(2), p.121–130. https://doi.org/10.18012/arf.v8i3.60479

Edição

Seção

Artigos