Ecos decoloniais e a identidade da mulher negra em “A escrava” de Maria Firmina dos Reis
Palabras clave:
A escrava, Identidade, Decolonial, Mulher negraResumen
Este artigo propõe analisar os ecos decoloniais no conto “A escrava”, de Maria Firmina dos Reis, lançado em 1887. A obra insere-se na ideia de uma identidade fragmentada (HALL, 2001) da mulher negra do século XIX vivida pela personagem Joana e a personagem senhora, que, ao escutar os clamores da subalterna (SPIVAK, 2010), solidariza-se com essa e com todas as mulheres negras que eram tratadas pela sociedade construída pelo colonialismo opressor (QUIJANO, 2005). A movimentação identitária das personagens levanta a seguinte indagação: como a obra “A escrava”, a partir dos ecos decoloniais, evidencia os estigmas causados à identidade da mulher negra? Para responder a problematização, percorreremos aportes de um feminismo decolonial (VERGÈS, 2020), bem como o poder de fala (RIBEIRO, 2017) dado a Joana e a senhora, quando elas erguem a voz (HOOKS, 2019) para denunciar os males ocasionados pela sociedade escravista. Portanto, todo esse processo de investigação elucida as dores causadas às mulheres negras pela sociedade patriarcalista/escravista do século XIX e revela que Maria Firmina dos Reis já ecoava um feminismo decolonial (LUGONES, 2010) no Brasil.