BRANQUITUDE, SISTEMA RACIAL DE JUSTIÇA CRIMINAL E PROCESSOS (DE)COLONIAIS: uma análise crítica discursiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46906/caos.n33.70561.p113-133

Palavras-chave:

branquitude, racismo estrutural, teorias decoloniais, sistema racial de justiça criminal.

Resumo

Em 2020, uma magistrada branca, vinculada ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), publicou uma nota de esclarecimento após a repercussão pública da sentença judicial em que descreveu um réu negro como membro de um grupo criminoso devido à sua raça. Assim, discute-se neste estudo o fenômeno da branquitude e a consequente manutenção de pactos narcísicos da branquitude no sistema judiciário brasileiro, identificado por meio da análise de discurso crítica (ADC), em uma nota veiculada no site da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar). Sob uma abordagem qualitativa com propósito descritivo, na análise da ordem discursiva apreendida na nota, observou-se um processo de manutenção de pactos narcísicos da “branquitude” para reforçar o mito da democracia racial no Brasil, enquanto sustenta-se a lógica colonial-moderna-capitalista para constituir um lócus de poder e privilégio. Bem como, neste caso, por meio do caráter institucional do Poder Judiciário, há o reforço do sistema racial de justiça criminal que (re)age através da violência e dominação dos corpos não-brancos e da interseccionalidade para potencializar políticas de empobrecimento em proveito do capitalismo e do avanço civilizatório.

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Biografia do Autor

Pedro Henrique Alves Santos, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)

Mestrando em Psicologia pelo Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), na linha de pesquisa Processos Sociointerativos e Desenvolvimento Humano. Especialista em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS). Bolsista da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco, FACEPE, Brasil. Bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco (FACESF). http://lattes.cnpq.br/0629106884467690.

Uebert Vinicius das Neves Ramos, Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Advogado. Bacharel em Direito pela Universidade do Estado da Bahia/UNEB, Campus IV, Jacobina. Coordenador do Projeto de Extensão: "O Direito Por Outras Vozes: RAPensando nas Escolas". Atua como pesquisador vinculado ao Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais – IPDMS e Integrante do Grupo de Pesquisa Direito e Relações Raciais, da Liga Acadêmica de Estudos Jurídicos da Bahia – LAEJU. http://lattes.cnpq.br/6967193408711796.

Jeifa Alice Jericó, Facesf

Graduada em Letras – Língua Portuguesa e suas Literaturas pela Universidade de Pernambuco. Bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco – Facesf. Docente da EREM Padre Maurilo Sampaio – SEE/PE. http://lattes.cnpq.br/8734736339411052.

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Publicado

2024-12-07

Edição

Seção

BRANQUITUDES E RELAÇÕES RACIAIS NO BRASIL