O CONCEITO DE “LINHA DE COR” EM DU BOIS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DEBATE ANTIRRACISTA NA CONTEMPORANEIDADE
DOI:
https://doi.org/10.46906/caos.n34.70954.p192-205Palavras-chave:
linha de cor, Du Bois, antirracismo, raça.Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar o conceito de “linha de cor” no debate antirracista contemporâneo, destacando sua relevância teórica e metodológica. Para isso, parte-se da obra As almas do povo negro, de W. E . B. Du Bois, enfatizando sua contribuição para a centralidade da categoria raça na sociologia. Metodologicamente, trata-se de um estudo qualitativo, teórico e analítico-descritivo, baseado na revisão bibliográfica de autores clássicos e contemporâneos sobre relações raciais. Os resultados indicam que o conceito de “linha de cor” permite compreender as dinâmicas de desigualdade racial e marginalização estrutural na sociedade moderna, evidenciando sua interconexão com os processos históricos de escravidão, colonialismo e expansão capitalista. Conclui-se que as formulações de Du Bois seguem essenciais para os estudos sociológicos e para a formulação de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade racial, além de fornecerem ferramentas metodológicas para mensurar avanços e desafios na luta antirracista global.
Downloads
Métricas
Referências
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Prefácio à edição brasileira. In: DU BOIS, W. E. B. As almas do povo negro. São Paulo: Veneta, 2021. p. 7-15.
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2009. Coleção Feminismos Plurais.
BENTO, Maria Aparecida Silva; CARONE, Iray (org.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
BHABHA, Homi. The location of culture. London: Routledge, 1994.
BONNETT, Alastair. Anti-racism: key ideals. London: Routledge, 2000.
CABECINHAS, R. E.; AMÂNCIO, L. Dominação e exclusão: representações sociais sobre minorias raciais e étnicas. In: ATELIERS CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA, 5., Braga. Anais [...]. Braga: Universidade do Minho, 2004. p. 1-17. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/1987/1/rcabecinhas_lamancio_CPS_2004.pdf. Acesso em: 01 jun. 2025.
CHANDLER, Nahum. The problem of the color line at the turn of the twentieth century: the essential early essays. New York: Fordham University Press, 2014.
COSTA, Sérgio. Dois atlânticos: teoria social, anti-racismo e cosmopolitismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.
DU BOIS, W. E. B. As almas do povo negro. São Paulo: Veneta, 2021.
DU BOIS, W. E. B. The study of the negro problems. Annals of the American Academy of Political and Social Science, v. 11, p. 1-23, 1898.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador : EDUFBA, 2008.
FASSIN, D.; FASSIN, E. De la question sociale à la question raciale: représenter la société française. Paris: Éditions La Découverte, 2009.
GUIMARÃES, A. Raça e os estudos de relações raciais no Brasil. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, n. 54, p. 147-156, 1999. Disponível em: https://novosestudos.com.br/produto/edicao-54/#. Acesso em: 4 jun. 2025.
HALL, Stuart. O ocidente e o resto: discurso e poder. Projeto História, São Paulo, v. 56, p. 314-361, 2016. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/30023. Acesso em: 01 jun. 2025.
HOFBAUER, Andréas. O conceito de raça e o ideário do branqueamento no século XIX: bases ideológicas do racismo brasileiro. Teoria e Pesquisa, São Carlos, n. 42/43, p. 63-110, 2003. Disponível em: https://www.teoriaepesquisa.ufscar.br/index.php/tp/article/view/57/47. Acesso em: 01 jun. 2025.
LEWIS, David. W. E. B. Du Bois: a reader. New York: Henry Holt and Company, 1995.
MARTINS JR., Angelo. Sociologia crítica e (proto)interseccional de Du Bois: contribuições aos debates contemporâneos sobre gênero, interseccionalidade, marxismo e teoria crítica da “raça”. Revista da ABPN, [S. l.] v. 12, n. 33, p. 649–668, 2020.
MIGNOLO, Walter. Postoccidentalismo: el argumento desde América Latina. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; MENDIETA, Eduardo (coord.). Teorías sin disciplina: latinoamericanismo, poscolonialidad y globalización en debate. México: Miguel Ángel Porrúa, 1998. p. 31-58.
MORRIS, Aldon. W. E. B. Du Bois and the sociological canon: the racial and class politics of knowledge production. American Sociological Review, [S. l.], v. 81, n. 6, p. 1011-1037, 2016.
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Programa de educação sobre o negro na sociedade brasileira. Niterói: EDUFF, 2004. Disponível em: https://biblio.fflch.usp.br/Munanga_K_UmaAbordagemConceitualDasNocoesDeRacaRacismoIdentidadeEEtnia.pdf. Acesso em: 01 jun. 2025.
PEREIRA, Mariana Moreira. O movimento negro e as revoluções de 1968: uma análise da relação e ressignificação do negro no Brasil. Revista Movimentos Sociais e Dinâmicas Espaciais, Recife, v. 8, n. 1, p. 34-57, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistamseu/article/view/240135. Acesso em: 4 jun. 2025.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (coord.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000. p. 117-142.
SAID, Edward W. Orientalism. New York: Pantheon Books, 1978.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.
TAGUIEFF, Pierre-André. La force du préjugé: essai sur le racisme et ses doubles. Paris: Editions La Découverte, 1988.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Éwerton Santos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A Caos é regida por uma Licença da Creative Commons (CC): CC BY-NC 4.0, aplicada a revistas eletrônicas, com a qual os autores declaram concordar ao fazer a submissão. Os autores retêm os direitos autorais e os de publicação completos.
Segundo essa licença, os autores são os detentores dos direitos autorais (copyright) de seus textos, e concedem direitos de uso para outros, podendo qualquer usuário copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato, remixar, transformar e criar a partir do material, ou usá-lo de qualquer outro propósito lícito, observando os seguintes termos: (a) atribuição – o usuário deve atribuir o devido crédito, fornecer um link para a licença, e indicar se foram feitas alterações. Os usos podem ocorrer de qualquer forma razoável, mas não de uma forma que sugira haver o apoio ou aprovação do licenciante; (b) NãoComercial – o material não pode ser usado para fins comerciais; (c) sem restrições adicionais – os usuários não podem aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Recomendamos aos autores que, antes de submeterem os manuscritos, acessem os termos completos da licença (clique aqui).










