Quiremas/grafemas de superfície do sistema SignWriting

Resumo

Este artigo avalia a alocação dos quiremas/grafemas de superfície nos sinais escritos em SignWriting (SW). Para análise, consideramos os referenciais teóricos de Capovilla, Raphael e Maurício (2009) e Barreto e Barreto (2015). Capovilla, Raphael e Maurício (2009) compreendem a importância da alocação dos referidos quiremas nas escritas dos sinais em cujas sinalizações as mãos se sobrepõem. Os autores analisam que a não alocação da superfície, em alguns sinais escritos em SW, pode inviabilizar a leitura e ainda observam que o recurso da alocação da superfície em geral é usado para classificadores. Para Barreto e Barreto (2015) alguns sinais escritos podem ser difíceis de ler, devido à posição dos articuladores, por isso, os grafemas de superfície auxiliam na compreensão da posição dos mesmos e indicam como as mãos estão posicionadas entre si ou com outra parte do corpo. Barreto e Barreto (2015) solicitam que o escritor sempre faça uma análise se o sinal escrito realmente precisa dos referidos grafemas pois devem ser alocados quando necessários. Os dois referenciais teóricos convergem quanto ao uso da superfície quando considerada necessária pelo escritor, entretanto há uma diferenciação quanto às representações de superfície pelos autores e que são apresentadas neste artigo. A identificação das diferenças entre os referenciais teóricos se evidencia na metodologia com a apresentação de sinais escritos por Capovilla, Raphael e Maurício (2009) e por Barreto e Barreto (2015). Concluímos que as diferenciações quanto ao uso do quirema/grafema de superfície provavelmente não inviabilizam o ensino e aprendizagem do sistema SW. Entretanto, alertamos para o referencial teórico a ser utilizado. Além disso, consideramos pertinente a realização de pesquisas sobre quiremas/grafemas de superfície no que se refere à real necessidade de sua utilização em um sinal escrito.