Saberes e práticas dos castanheiros envolvidos com a coleta de castanha (Bertholletia excelsa Bonpl.) no município de Itaúba, Mato Grosso, Brasil

Authors

  • Sonia Aparecida Luciano Ferreira Universidade do Estado de Mato Grosso-UNEMAT - Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais
  • Maria Antonia Carniello Universidade do Estado de Mato Grosso- Unemat

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n3.43242

Abstract

A castanha (Bertholletia excelsa Bonpl) é um recurso florestal não madeireiro de muita importância para comunidades da Amazônia. Os objetivos deste estudo foram: registrar o processo histórico da extração da castanha no município de Itaúba, Mato Grosso a partir da memória oral dos extrativistas; descrever as práticas e conhecimentos locais relacionados à coleta e ao processo de conservação da castanha. Participaram desta pesquisa 18 extrativistas autodenominados castanheiros. Utilizou-se a técnica bola ne neve, aplicação de métodos com abordagens qualitativas e observação participante. A exploração da castanha teve início no final da década de 1970 sua ascensão a partir da década de 2000 com o declínio da atividade madeireira no município. As práticas adotadas pelos castanheiros estão associadas as vivências anteriores nas matas. O corte do cipó é uma técnica adotada por 72% dos extrativistas para conservação dos castanhais. Os conhecimentos dos castanheiros contribuem para a execução das atividades diárias, programação das atividades futuras e a conservação da espécie.

Downloads

Download data is not yet available.

References

Almeida JJ. 2015. Do extrativismo à domesticação: As possibilidades da castanha-do-Pará. Tese de Doutorado em História Econômica. Universidade de São Paulo. 304p.

Alexiades MN e Sheldon JW. 1996. Selected guidelines for ethnobotanical research: a field manual. New York Botanical Garden. 305p.

Argolo VM, Wadt LH de O. 2003. Abelhas visitantes de flores de Bertholletia excelsa em área de plantio e floresta nativa. Congresso de Ecologia do Brasil, 6, Fortaleza. Anais de trabalhos completos. Fortaleza: Editora da Universidade do Ceará.

Baronio M, Miotto LT. 2016. Aspergillus flavus produtor de aflatoxinas. Revista Conversatio, 1 (1): 168-182. Disponível em: http://www.celer.com.br/revistaconversatio/edicao/01/artigo9.pdf . Acesso em 08 de jun. 2016.

Bernard, H.R. 1988. Research methods in cultural anthropology. United States of America: Sage Publications. 520p.

Bernard H.R. 2002. Research methods in anthropology: Qualitative and quantitative approaches. Walmut Creek: Altamira Press.

Begossi A, Hanazaki N, Silvano RAM. 2002. Ecologia humana, etnoecologia e conservação. In: Amorozo MCM, Ming LC, Silva SMP. (Orgs.) Métodos de coleta e análise de dados em etnobiologia, etnoecologia e disciplinas correlatadas. Rio Claro: UNESP/CNPq, 93-128.

Bentes ES. 2007. Extrativismo da castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa Hubl.) na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus. Dissertação de Mestrado em Agricultura e Sustentabilidade na Amazônia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM 103f.

Braga ETM. 2007. Diversidade morfológica e produção de Bertholletia excelsa H.B.K. (Lecythidaceae) no sudeste do estado do Acre, Brasil. Dissertação de Mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais – UFAC, Universidade Federal do Acre, Rio Branco, AC. 45p.

Brasil. 2012. Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento. Série boas práticas de manejo para o extrativismo sustentável orgânico. Brasília.

Brasil. 2016. MMA - Ministério do Meio Ambiente, Brasília - DF. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biomas/amaz%C3%B4nia . Acesso em 03 de dez. 2016.

Camargo FF. 2010. Etnoconhecimento e variabilidade morfológica de castanha-do-Brasil (Berthollethia excelsa Blonp.: Lecythidaceae) em área da Amazônia Matogrossense. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá.

Cavalcante MC. 2008. Visitantes florais e polinização da castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa H. & B.) em cultivo na Amazônia Central. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. 77p.

Diegues AC. 2000. Etnoconservação da natureza: enfoques alternativos. In: Diegues, AC. (Ed.) Etnoconservação: novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos. São Paulo: NUPAUB/USP, HUCITEC, ANNABLUME, 2: p. 1-46.

Duchelle AE, Kainer KA e Wadt LHO. 2014. Is certification associated with better forest management and socioeconomic benefits? A comparative analysis of three certification schemes applied to Brazil nuts in Western Amazonia. Society & Natural Resources, 27: 121–139. Disponível em: http://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/08941920.2013.840022?needAccess=true. Acesso

em 13 de jun. 2017.

Goodman LA. 1961. Snowball sampling. The annals of mathematical statistics, 32(1): 148-170.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/tabelas_pdf/total_populacao_mato_grosso. . Acesso em 12 de fev. de 2017.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2017. Disponível em http://brasilemsintese.ibge.gov.br/territorio.html. Acesso em 12 de jul. de 2017.

Ingwell LL, Wright SJ, Becklund KK.; Hubbell SP, Schnitzer SA. 2010. The impact of lianas on 10 years of tree growth and as mortality on Barro Colorado Island, Panama. Journal of Ecology, 98 (4): 879–887. Disponível em http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2745.2010.01676.x/full . Acesso em 14 de jul. de 2017.

Kainer K, Cymerys M, Wadt L, Argolo V. 2005. Castanheira Bertholletia excelsa Bonpl. Shanley P e Medina G. Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica. Belém: CIFOR, Imazon, p. 61-73.

Kainer K, Wadt LHO, Staudhamme C.L. 2014. Testing a silvicultural recommendation: Brazil nut responses 10 years after liana cutting. Journal of Applied Ecology. Oxford, 51(3): 655-663. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1365-2664.12231/full . Acesso em 09 de jun. 2017.

Lorenzi H. 2000. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 4 ed. São Paulo: Instituto Plantarum, 384 p.

Maues MM. 2002. Reprodutive phenology and pollination of the Brazil nut tree (Bertholletia excelsa Humb. & Bompl. Lecythidaceae) in eastern Amazonia. Kevan P, Imperatriz-Fonseca VL, editores. Pollination bees: the conservation link between agriculture and nature. Brasília: Ministry of environment.

Minayo MC de S. 2008. O desafio do conhecimento. 11 ed. São Paulo: Hucitec.

Mori SA, Prance GT, Bolten AB. 1978. Additional notes on the floral biology of Neotropical Lecythidaceae. Brittonia. 30 (2):113-30.

Mori SA e Prance GT. 1990. Taxonomy, ecology and economic botany of the Brazil nut (Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl.: Lecythidaceae). Advances in Economic Botany, 8: 130-150.

Moritz A. 1984. Estudos biológicos da floração e da frutificação da castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa Humb. And Bonpl.; Lecythidaceae). EMBRAPA-CPATU, n. 28, 82p.

Oliveira WA, Pasa MC. 2013. Os quintais na comunidade de Santo Antônio do Caramujo: Etnobotânica e saber local. Pasa MC. (org.) Múltiplos olhares sobre a biodiversidade II. Jundiaí, Paco Editorial, p. 47-74.

Pardo M de. 2001. Estrutura genética de castanha do brasil (Bertholletia excelsa H.B.K) em floresta e em pastagens no leste do estado do Acre. Dissertação de Mestrado em ciências florestais, Escola Superior de Agricultura de Queiroz. 72p.

Pasa MC. 2004. Etnobiologia de uma comunidade ribeirinha no alto da bacia do rio Aricá-Açú, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Tese de Doutorado em Ciências, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos.

Peres CA. et al. 2003. Demographic threats to the sustaiunability of Brazil nut exploitation. Science 302: 2112-2114. Disponível em: www.sciencemag.org . Acesso em 16 de jun. 2017.

Sá IM e Senna-Valle L. 2007. Plantas associadas às fornadas de quitandas na comunidade de Santo Antônio do Caramujo do Rio Grande, sul de Minas Gerais, Brasil. Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, 65(2): 169-176.

Santos RR dos. 2011. O extrativismo de castanha-do-brasil Bertholletia excelsa (HUMBL. & BONPL.) no Rio Madeira, Rondônia: Bases para uma gestão ambiental participativa. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP. 151f.

Schwengber LAM, Tonini H. 2009. Dispersão ecológica de ouriços de castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa h. b. k.) em floresta natural no sul do estado de Roraima. 61º Reunião Anual do SBPC,UFAM. Disponívelem: http://www.sbpcnet.org.br/livro/61ra/resumos/resumos/5138.htm .

Acesso em 16 de jun. de 2017.

Scoles R. 2010. Efeito da intensidade de coleta de castanhas na regeneração e demografia de Bertholletia excelsa: subsídios para o manejo dos castanhais nativos. Congresso nacional de Botânica (61) Manaus: Diversidade Vegetal Brasileira: conhecimento, conservação e uso. (org.) Absy ML, Matos FA, Amaral IL. Sociedade Brasileira de Botânica, Manaus.

Scoles R, Gribel R. 2012. The regeneration of Brazil nut trees in relation to nut harvest intensity in the Trombetas River valley of Northern Amazonia, Brazil. Forest Ecology and Management, 265(1):71–81.

Silva AA, Santos MKV, Gama JRV, Noce R, Leão S. 2013. Potencial do Extrativismo da Castanha-do-Pará na Geração de Renda em Comunidades da Mesorregião Baixo Amazonas, Pará. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/floram/v20n4/a08v20n4.pdf . Acesso em 15 de out. de 2016.

Simões AV. 2004. Impactos de Tecnologias alternativas e do Manejo da Castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa, HUMB. & BONPL., 1908) no Controle da Contaminação por Aflatoxinas em Sua Cadeia Produtiva. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Amazonas, Manaus.

Smith NP, Mori SA, Prance GT. 2015. Lecythidaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: < http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB23424>. Acesso em 03 de out. de 2016.

Tonini H, Borges RA. 2010. O extrativismo da castanha-do-brasil na região do Baixo Rio Branco (RR). Boa Vista: Embrapa Roraima.

Tonini H, Pedrozo CA. 2014. Variações anuais na produção de frutos e sementes de castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa Humb & Bonpl., Lecythidaceaea) em florestas nativas de Roraima. Revista Árvore, 38(1):133-144.

Van Roosmalen MGM. 1985. Fruits of the Guianan Flora. Neetherlands: Utretcht Institute of Systematic Botany, Utretcht University. 483 p.

Zuidema PA. 2003. Demography and management of the brazil nut trees (Bertholletia excelsa). Riberalta: PROMAB, scientific series 6, 111: Disponível em http://www.promab.org/index_esp.html. Acesso em 20 de mai. 2017.

Published

2018-12-28

How to Cite

LUCIANO FERREIRA, S. A.; CARNIELLO, M. A. Saberes e práticas dos castanheiros envolvidos com a coleta de castanha (Bertholletia excelsa Bonpl.) no município de Itaúba, Mato Grosso, Brasil. Gaia Scientia, [S. l.], v. 12, n. 3, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n3.43242. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/gaia/article/view/43242. Acesso em: 19 dec. 2024.

Issue

Section

Ciências Ambientais