A REPRESENTAÇÃO DA VIOLÊNCIA NO CONTO “ILHADO”, DE RINALDO DE FERNANDES

Autores

  • Silvanna Kelly Gomes de Oliveira Universidade Estadual da Paraíba
  • Olavo Barreto de Souza Universidade Estadual da Paraíba

Resumo

A violência na literatura é algo universal, caracterizando-se como uma temática que perpassa obras nos mais diversos períodos históricos. Vale salientar que este tema transcende o viés da palavra escrita, pois no mundo real a violência tem tomado o lugar de outros valores pregados pela cultura de paz nas sociedades oriental e ocidental. Nessa pesquisa, o objetivo é analisar o tratamento da violência, além da perspectiva de fenômeno social, concretizada na literatura como um recurso estético presente na produção contemporânea, sobretudo, na contística do escritor Rinaldo de Fernandes, através do conto “Ilhado”. Tomando por base o tema citado, serão evidenciados os dramas sócio-existenciais presentes no enredo, os quais influenciam uma literatura engajada na transmutação da realidade, que permeia a obra e o mundo; e numa objectualidade dos fatos retratados. Será observada uma sociedade aparentemente salutar, mas que mantém suas farsas e simulacros de normalidade, presentificados pelas personagens. Estas últimas ocupam seus devidos papéis sociais, porém guardando um lado oculto e surpreendente no mais íntimo do ser. Os recursos estilísticos utilizados para tais sentidos permitem um lirismo singular perceptível na escrita do autor, junto ao registro vil da violência nos grandes espaços periféricos brasileiros, o que resulta na reflexão crítica incidindo sobre a realidade, e seguidamente, na justificativa da realização do trabalho enquanto debate de uma temática ampla. Aqui, serão utilizadas reflexões teóricas sobre o tema contido em: Krauss (2006); Maciel (2006); Gama (2012); Fonseca (2005), entre outros.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Silvanna Kelly Gomes de Oliveira, Universidade Estadual da Paraíba

Bolsista CAPES e aluna regular do Mestrado em Literatura, Memória e Estudos Culturais pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade na Universidade Estadual da Paraíba. Graduada em Letras, habilitação em Língua Portuguesa (Literatura), pela Universidade Federal de Campina Grande. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira e pesquisa Literatura de Multidão: a violência com o olhar biopolítico lançado sobre os personagens secundários na contística de Rinaldo de Fernandes. Tem experiência em sala de aula no Ensino Fundamental II. 

Olavo Barreto de Souza, Universidade Estadual da Paraíba

Bolsista CAPES e mestrando em Letras no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade da UEPB. Graduado em Letras (língua portuguesa e literatura) na Universidade Federal de Campina Grande. Foi bolsista de iniciação científica da Universidade Federal de Campina Grande. Seus estudos voltam-se, sobretudo, para o campo da Literatura Brasileira, tendo em vista alguns temas: poesia; literatura comparada; mulher & literatura; e, erotismo & literatura.

Referências

AGUIAR, Cristhiano. O perfume de Roberta. Disponível em: <http://olaboratorio.wordpress.com>. Postado em: 4 ago. 2010. Acesso: 15 ago. 2014.

AQUINO, Marçal. O invasor. São Paulo: Geração Editorial, 2002.

BOSI, Alfredo. Situação e formas do conto brasileiro contemporâneo. In: ______. (Org.). O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix, 1977.

BRANDÃO, Ruth Silviano. Literatura e psicanálise. Porto Alegre, RS: Ed. Universidade/UFRGS, 1996.

FARIAS, Sônia L. Ramalho de. O perfume de Roberta – uma contística anfíbia: entre o social e o estético. Iararana: Revista de Arte, Crítica e Literatura, Salvador, v. 13, p. 138-144, 2007.

FERNANDES, Rinaldo de. O perfume de Roberta. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.

______. O professor de piano. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.

______. Rita no pomar. Rio de Janeiro, 7Letras, 2008.

______. O caçador. João Pessoa: Editora Universitária, 1997.

FONSECA, Rubem. Feliz ano novo. In: _______. Feliz ano novo. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 13.

FREUD, Sigmund. Compêndio de psicanálise. Trad. Renato Zwick. Rev. Téc. Noemi Moritz Kon. Porto Alegre, RS: L&PM, 2014.

______. A interpretação de sonhos. Rio de Janeiro: Imago, [1900] 1972.

GAMA, Gloria Maria Oliveira. Escrita masculina/personagens femininas: os contos de Rinaldo de Fernandes. 2012. 174 f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012.

KRAUSS, Paulo. A marca do imprevisto. Rascunho, Curitiba, n. 70, 2006.

MACIEL, Nilto. O maduro fruto da solidão. Disponível em: <http://cronopios.com.br/site/resenhas.asp?id=1079>. Postado em: 03 mar. 2006. Acesso em: 01 ago. 2014.

MOISES, Massaud. A criação literária. 6. ed. São Paulo: Cultrix, 1967.

RIBEIRO NETO, Amador. Mar de contos: Rinaldo de Fernandes revela cuidado com descrições precisas. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 28 jan. 2006. Caderno Idéias.

SCLIAR, Moacyr. A arte do conto. In: FERNANDES, Rinaldo de. O perfume de Roberta. Rio de Janeiro: Garamond, 2005, p. 9-11. (Prefácio)

ZILBERMAN, Regina. Mestre do conto. In: FERNANDES, Rinaldo de. O professor de piano. Rio de Janeiro: 7Letras, 2010, p. 89 - 94. (Posfácio)

Downloads

Publicado

2016-05-04

Como Citar

OLIVEIRA, S. K. G. de; SOUZA, O. B. de. A REPRESENTAÇÃO DA VIOLÊNCIA NO CONTO “ILHADO”, DE RINALDO DE FERNANDES. Letras et Ideias, João Pessoa, PB, v. 1, n. 1, p. 29–48, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/letraseideias/article/view/26436. Acesso em: 18 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos