"E todo movimento será criação"
a transgressão da mulher e a formação do artista em Perto do coração selvagem
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2595-7295.2019v3n1.48266Resumo
Em Clarice Lispector: uma poética do olhar, Regina Pontieri medita rapidamente sobre Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector. Infelizmente sem se adentrar muito no tema, Pontieri afirma que Joana era uma "artista em formação" (PONTIERI, 2001, p. 169) e que tal romance "conta não só a errância de uma mulher ao longo de vários estágios de vida, mas também um aprendizado da escritura" (PONTIERI, 2001, p. 105). Assim, este artigo busca trazer uma leitura do romance inaugural de Lispector como sendo de fato a narrativa da possível formação de uma artista, ponderando sobre sua trajetória desde a infância até sua vida adulta, demonstrando como a escrita estava presente em sua formação e tentando responder à pergunta do porquê Joana não se torna de fato uma artista no fim da obra, comparando, para isso, essa obra clariceana com a obra de James Joyce que serviu de inspiração para seu nome: Retrato do artista quando jovem. O estudo de gênero também se faz presente, tentando ilustrar como a sociedade do século XX, de certa forma, dificultava as possibilidades da mulher em se libertar e seguir seu caminho pretendido, enquanto ao homem, exemplificado aqui por Stephen Dedalus, tal liberdade era concedida.
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