"Há sempre uma clausura pronta a quem levanta a grimpa contra os usos"
representações do feminino nas Novas Cartas Portuguesas
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2595-7295.2019v3n1.48279Resumo
Analisamos neste artigo o livro Novas cartas portuguesas, escrito em 1972 pelas “três Marias” (Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa). A obra foi um importante evento editorial de sua época devido à polêmica que causou e à censura que recebeu do governo português nos últimos momentos do Estado Novo. No livro, a releitura intertextual atualizada das Cartas Portuguesas, escritas no século XVII por Mariana Alcoforado, pretende discutir e combater a sujeição da mulher na sociedade, impedida da livre expressão de sua voz e de seu corpo. Para além dos temas de que tratam essas cartas, os elementos geradores do escândalo que causaram podem ser localizados na composição do texto. Investigaremos o significado da opção das autoras pelo discurso epistolar, com os vários sentidos dessa iniciativa, entendida em paralelo com o fato de se tratar de uma escrita de mulheres, tratando de temas femininos e carregada de uma dicção erotizada.
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