Um defeito de cor
nomear-se e resistir
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2595-7295.2019v3n1.48299Resumo
Os romances históricos afro-brasileiros relacionam-se com as histórias diaspóricas da chegada dos negros da África ao Brasil, no século XIX, e as implicações corpóreas de violência e transgressão, a que eles foram expostos na história da escravidão (MBEMBE, 2016). Neste artigo, apresentamos o romance Um defeito de cor (2006) de Ana Maria Gonçalves com o objetivo de analisar o uso dos nomes próprios desde a visão africana, coincidindo com o destino deles, mas também a visão ocidental — Frege (1978), Russell (1912) e Searle (1958) — tomando em consideração o batismo como signo de aceitação da religião cristã e a perda de sua religiosidade africana. Os nomes Kehinde/Luísa, da personagem protagonista, serão decisivos no romance por tratar-se de uma figura camaleônica, debatendo-se entre espaços geográficos, linguísticos, culturais e políticos. A conservação dos nomes, neste caso, funciona como marcas de transgressão e construção identitária nesses convulsos tempos escravistas.
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