SE NÃO HÁ DEUS, TUDO É PERMITIDO?

ENTRE DOSTOIÉVSKI E IMMANUEL KANT

Autores

  • Guilherme Felipe Carvalho Pontifícia Universidade Católica do Paraná https://orcid.org/0000-0002-8797-5614
  • Antônio Salomão Neto Pontifícia Universidade Católica do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v14i1.65622

Palavras-chave:

Immanuel Kant, Dostoiévski, Deus, Ato moral

Resumo

O presente artigo pretende explorar a máxima contida em Os irmãos Karamázov (se não há Deus, tudo é permitido?) à luz do pensamento de Immanuel Kant. Para tanto, se vale do pensamento de Dostoiévski apenas na medida em que ele serve como auxílio na apresentação da ideia de Deus e de sua relação com a posição do ateu. Tendo em vista a filosofia kantiana, buscamos não apenas a apresentação dessa ideia, mas também sua relação com o ato moral e com a própria condição desse ato. Isso, portanto, resultará em Kant, uma resposta duplamente negativa à pergunta que reflete a posição ateísta de Ivan Karamazov. Pois Kant ao distinguir o ato moral por dever e conforme o dever, defende que recorrer a algo externo à razão (Deus) constituiria uma vontade meramente heterônoma. Portanto, o ato moral por excelência ocorre quando a ação é realizada de um modo unicamente guiado pela razão, com base num interesse puro, e isso conduz, por sua vez, à reprovação por parte de Kant da referida máxima presente na obra de Dostoiévski.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Guilherme Felipe Carvalho, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Graduado em Filosofia pela PUCPR. Mestrando em Filosofia pela PUCPR. 

Antônio Salomão Neto, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Graduado em Direito pela UEPG. Mestre em Filosofia pela PUCPR. Doutorando em Filosofia pela PUCPR. 

Referências

EVDOKIMOV, Paul. Dostoïevski et le problème du mal. Paris: Desclée de Brouwer, 1978.

DELEUZE, Gilles. A filosofia crítica de Kant. Tradução de Germiniano Franco. Lisboa: Edições 70, 2012.

DOSTOYEVSKI, Fiódor. Os irmãos Karamázov / Fiódor Dostoyevski ; tradução de Paulo Bezerra – São Paulo : Editora 34, 2012.

FICHTE, Johann Gottlieb. Versuch einer Kritik aller Offenbarung. Herausgegeben von Hansjürgen Verweyen, Philosophische Bibliothek 354. Mit Einleitung, Bibliographie, Anmerkungen und Register herausgegeben von Hansjürgen Verweyen. 1998.

KANT, Immanuel. (AAIV) Grundlegung zur Metaphysik der Sitten. In: Kants Werke. Ed. Königlich Preußischen Akademie der Wissenschaften, Berlin: Georg Reimer, 1912.

KANT, Immanuel. Kritik der praktischen Vernunft. In: Kants Werke. Ed. Königlich Preußischen Akademie der Wissenschaften, Berlin: Georg Reimer, 1912.

KANT, Immanuel. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft (AA 06). Mit einer Einleitung und Anmerkungen herausgegeben von Bettina Stangneth, Felix Meiner Verlag: Hamburg, 2003.

LÉON, Xavier. Fichte et son Temps I, Établissement et Prédication de la Doctrine de la Liberté. Librairie Armand Colin: Paris, 1992.

PAREYSON, Luigi. Filosofia, romanzo ed esperienza religiosa. Torino: G. Einaudi, 1993.

PERIUS, Oneide. Fiódor Dostoiévski e o Cristianismo. Fragmentos de Cultura, Goiânia, v. 28, n. 3, p. 413-421, 2018.

TILLICH, Paul. Teologia sistemática / Paul Tillich ; tradução Getúlio Bertelli e Geraldo Komdörfer. - São Leopoldo: Sinodal, 2005.

Downloads

Publicado

30-04-2023

Edição

Seção

Artigos