A arte da memória em Cabo de guerra: um novo olhar sobre os anos de chumbo da ditadura no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8931.2024v20n11.71874Palavras-chave:
Literatura contemporânea. Memória. Romance Contemporâneo. Cabo de guerra (2016).Resumo
O objetivo deste trabalho e analisar a construção da memória na obra Cabo de guerra (2016), de Ivone Benedetti, a partir das reflexões de Frances A. Yates em A arte da memória (2007), acerca de seu uso como técnica a ser compreendida nas relações temporais do protagonista-narrador. O romance tematiza um agente duplo que circula nos dois polos políticos no período da ditadura militar brasileira. A narrativa é baseada nas percepções de suas memórias, intercala infância, juventude e tempo presente, centrado nos anos de chumbo. Em um jogo triplo entre fragmentos temporais no romance no desenrolar de 40 anos, embora o jogo da temporalidade cave um pacto com o leitor, permeado de enigmas e silêncios, repetições ( ênfases) e circularidades. A obra de Frances Yates, de caráter interdisciplinar que alcança diferentes artes e temas , além de autores como Ítalo Calvino da (1990), bem como as perspectivas estabelecidas por Walter Benjamin (1994) em suas reflexões sobre a sociedade contemporânea.