A “Mulher de dois tempos” e representações de gênero na comunidade quilombola do Ariramba
DOI :
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8214.2020v30n1.55096Mots-clés :
Mulher, Narrativas de vida, Relações de gênero, Comunidade quilombolaRésumé
A partir da trajetória de vida de uma quilombola reconhecida na comunidade em que vive como "mulher-homem" e "mulher de dois tempos", este trabalho teve por objetivo analisar as representações elaboradas acerca das relações de gênero entre famílias que executam atividades agroextrativistas como meio de vida. O local de estudo é a comunidade remanescente de quilombo do Ariramba, situada na fronteira entre Óbidos e Oriximiná, no oeste do Pará. As narrativas de vida registradas junto à mulher constituem a principal fonte da pesquisa, que também envolveu a observação direta de suas atividades diárias e entrevistas com outros moradores. O papel da mulher nessa comunidade é o de ser esposa, mãe, dona de casa e, em sua maioria, ajudante do marido nas tarefas da roça. No caso de Josélia, nota-se que é no trabalho cotidiano com objetos naturais e culturais no ambiente em que vive (árvores, peixes, espingardas, plantas, e enxadas, entre outros) praticando “afazeres masculinos” que se define a condição de seu reconhecimento como "mulher de dois tempos". Nesta posição ambivalente, destacam-se os fluxos que ela realiza entre diversos espaços sociais ocupados por homens e mulheres, revelando as fronteiras e passagens entre eles.
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