Raízes da escolástica medieval na controvérsia de Valladolid sobre a legitimidade da conquista de índias
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2020v22n3.52715Palavras-chave:
Pensamento Medieval, Controvérsia de Valladolid, Direitos IndígenasResumo
A Junta de Valladolid (1550-51) foi o fórum consultivo do Imperador de natureza jurídica, filosófica e teológica da Controvérsia sobre a legitimidade da Conquista de Índias. Os contendentes – Frei Bartolomeu de Las Casas, dominicano, como representante de uma boa parte da Igreja, e o Doutor Sepúlveda, como humanista e defensor dos encomenderos – debateram direitos indígenas, civilização e barbárie, ou o direito à guerra justa contra os indígenas. Pouco se tem analisado o pensamento medieval nesta polêmica, que Zabala, Dussel ou Mignolo consideram marco inicial da primeira modernidade. O corpus analisado é o Democrates Alter, de Sepúlveda, e a Brevísisma Relação da Destruição das Índias, de Las Casas. Partir-se-á da ideia de Las Casas, como idealizador, teórico e defensor dos direitos indígenas, e Sepúlveda, como alma mater do pensamento imperial moderno (RODRIGUES, 2006, 2010), e da Revolução da Duodécima Réplica, de Las Casas, no referente à evolução final e surpreendente do pensamento lascasiano sobre a Conquista de Índias (VIDAL ABRIL, 1984). Conclui-se que há uma considerável influência do pensamento medieval e especialmente tomista em ambos contendentes do debate sobre a Conquista de América.
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