Marguerite Porete: a mística como escrita de si
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2020v22n3.54125Palavras-chave:
Marguerite Porete, Mística, Escrita de si, Não-lugar, MulheresResumo
Quando se fala em escrita de si na literatura, normalmente o foco de análise dos estudiosos são os escritores modernos ou contemporâneos. Dificilmente se aborda o tema a partir de autores medievais e, principalmente, a partir da literatura de autoria feminina na Idade Média. Posto isso, neste artigo, o objetivo geral é pensar, a partir de O Espelho das almas simples, de Marguerite Porete, a literatura mística de autoria feminina como escrita de si. O principal texto do artigo, como já dito, é o texto poretiano, subsidiado pelos estudos sobre a escrita de si – Foucault (1992), Lejeune (1994), Klinger (2007), Gomes (2004), Dalcastagné (2005) – e para o tema da mística como não-lugar será utilizado Certeau (2015), embora, naturalmente, outros estudos – sobre Marguerite Porete, a escrita de si, a mística, a literatura de autoria feminina – se façam presentes no decorrer do texto. O Espelho das almas simples é aqui lido sem preconceitos, como um texto escrito por uma mulher na Idade Média e considerado, dentre outras possíveis interpretações, como uma escrita de si e como o seu não-lugar é o lugar que lhe é próprio, pois, afinal, é o lugar de onde a escritora francesa fala.
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