As janelas do Grupo Globo e o resgate de um formato com valor de culto no streaming Globoplay

Autores

Palavras-chave:

Cultura digital, Globoplay, Streaming, Redes sociais, Estratégias de transmidiação

Resumo

O Globoplay é uma das principais janelas de distribuição do Grupo Globo. Se antes o serviço era utilizado como recurso de expansão da grade televisiva, atualmente a plataforma também opera como serviço de streaming, com novas produções com o selo Original Globoplay, principalmente ficções seriadas. Em paralelo a esse movimento, verifica-se o resgate de obras do grande acervo do conglomerado midiático, em especial as telenovelas, que foram lançadas a partir de maio de 2020. Dessa forma, identificamos a reciclagem de conteúdos que são reutilizados e distribuídos em outra janela, neste caso, o Globoplay. São mais de 50 títulos, incluindo obras nunca reprisadas na TV brasileira, que estão disponíveis para acesso a qualquer momento na plataforma. Essa estratégia busca, por um lado, fidelizar o público que compreende a novela como uma produção de valor cultural (GRECO, 2012) e parte da sua memória teleafetiva (BRESSAN JUNIOR, 2017) e, por outro lado, conquistar o público que está presente no digital e não assistiu às exibições na TV aberta. A partir deste escopo, o artigo analisa as estratégias de transmidiação (FECHINE et al., 2013) utilizadas pelo Globoplay na divulgação do relançamento de telenovelas clássicas na rede social Instagram por meio da utilização de recursos históricos e nostálgicos.

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Biografia do Autor

Eutália Ramos, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutoranda em Comunicação pelo PPGCOM da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mestra em Comunicação e Culturas Midiáticas Audiovisuais pelo PPGC da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Bacharel em Comunicação em Mídias Digitais pela Universidade Federal da Paraíba (2014). Tem experiência na área de Comunicação Audiovisual e possui como principal interesse pesquisas sobre Estudos do Audiovisual, Televisão, Ficção Seriada, Internet e questões ligadas aos processos culturais de convergência das mídias.

Gabriela Borges, Universidade Federal de Juiz de Fora

Graduada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal de Minas Gerais (1993), mestre (1997) e doutora em Comunicação e Semiótica (2004) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Realizou estágios de pesquisa na Universidade Autónoma de Barcelona (1996) e na University of Dublin Trinity College (2000-2002). Realizou pós-doutoramento sobre a televisão pública de qualidade no CIAC da Universidade do Algarve em Portugal (2005-2008), onde atuou como pesquisadora e professora do Mestrado e Doutorado em Comunicação, Cultura e Artes (2005-2012) e ainda atua como colaboradora e professora do Doutorado em Média-Arte Digital. Atualmente é professora associada na Universidade Federal de Juiz de Fora e atua como professora permanente do PPGCOM. Em 2019-20 realizou seu segundo pós-doutorado sobre qualidade na ficção seriada iberoamericana e literacia midiática nas universidades do Algarve e Huelva (Espanha). Participa da Rede Interuniversitária Euroamericana de Investigação sobre Competência Midiática para a Cidadania - ALFAMED, sendo coordenadora da equipe brasileira composta por UFSC, UEPG, UNB, UFTM e UNISO. Publicou os livros Qualidade na TV pública portuguesa. Análise dos programas do Canal 2: (2014), A poética televisual de Samuel Beckett (2009), organizou a coletânea Nas margens. Ensaios sobre teatro, cinema e meios digitais (2010) e co-organizou os livros Competência Midiática em cenários brasileiros: interfaces entre comunicação, educação e artes (2019); Estudos Televisivos: Diálogos Brasil_Portugal (2011), Televisão: formas audiovisuais de ficção e de documentário Vol I (2011), Vol II (2012) e Vol IV (2015) e Discursos e Práticas de Qualidade na TV (2008) e publicos em diversos periódicos científicos. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Estudos Audiovisuais e Mídias digitais, atuando principalmente nos seguintes temas: Televisão, Literacia Midiática, Cinema, Artes e Mídias, Serviço Público de Televisão e Dramaturgia de Samuel Beckett.

Referências

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Publicado

27.10.2021

Edição

Seção

NARRATIVAS AUDIOVISUAIS: PERSPECTIVAS HISTÓRICAS, ESTÉTICAS E CULTURAIS