A ALEGORIA COMO MEIO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO:
CADÁVER EXQUISITO, DE AGUSTINA BAZTERRICA
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2023v25n2.66415Keywords:
Agustina Bazterrica, Cadáver Exquisito, Argentine DictatorshipAbstract
O artigo propõe uma análise do romance distópico Cádaver Exquisito, de Agustina Bazterrica, com foco no uso da metáfora em nível intratextual e extratextual. No nível intratextual, examina como a metáfora é utilizada para legitimar a violência e a desumanidade por parte da classe política, apresentando uma naturalização do horror por meio da legalização e incentivo ao consumo de carne humana. O romance critica a normalização da violência e a degradação humana promovida pelo poder. Em nível extratextual, estabelece-se um vínculo entre a obra e o contexto sociológico da produção, evidenciando referências não declaradas à última ditadura militar na Argentina. O romance se passa em um contexto histórico e sociopolítico específico, revelando como a violência do Estado e a opressão da ditadura se infiltram na sociedade. A análise proposta destaca como Cádaver Exquisito responde a um impulso social de denunciar, abordando a normalização da violência pela classe dominante e sua relação com a experiência da última ditadura militar na Argentina. A obra apresenta-se como uma alegoria que reflete e critica aspetos sociais e políticos da sociedade passada, convidando à reflexão e ao questionamento da naturalização da violência e da desumanização num contexto específico de cultura e política.
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