Dois irmãos: romance de suspeição
Mots-clés :
Literatura Brasileira, Romance, Milton HatoumRésumé
A primeira década do século XXI no Brasil conta com lançamentos de romances importantes para a história da literatura brasileira, a exemplo de Dois irmãos, de Milton Hatoum, ora analisado. O foco da análise aqui recai no narrador como entidade responsável pelo que se caracteriza “romance de suspeição”. Tal caracterização se deve à técnica estruturada primordialmente pelas vozes narrativas: a do narrador que domina a ótica mais ampla e que depende de outras vozes e, por essa razão, move-se. A mobilidade dessa ótica, justamente pela condição natural desse narrador, que é testemunha e também observador das ações, é o que configura a ambivalência — aspecto temático que se estrutura formalmente — em que ações, falas, sentimentos dos personagens são colocados em suspeição com o fim de manter a desconfiança do narrador Nael no que se refere à identificação do seu pai.
Téléchargements
Références
ADORNO, T. W. Posição do narrador no romance contemporâneo. In: ______ et al. Os Pensadores. Tradução de Modesto Carone. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 272.
BENJAMIN, W. O narrador. In: ______. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 197-221. (Obras escolhidas, 1).
BOSI, E. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 14. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CRISTO, M. da L. P. Arquitetura da memória: ensaios sobre os romances Relato de um certo Oriente Dois irmãos e Cinzas do Norte de Milton Hatoum. Manaus: Editora da Universidade Federal Amazonas / UNINORTE, 2007.
DAL FARRA, M. L. O narrador ensimesmado: o foco narrativo em Vergílio Ferreira. São Paulo: Ática, 1978. (Ensaios, 47).
ENTRELIVROS. São Paulo: Duetto, 2005-2007. Disponível em <http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/post.asp?t=termina_revista_entrelivros>. Acesso em: 26 out. 2008.
FEHÉR, F. O romance está morrendo? Tradução de Eduardo Lima. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
HATOUM, M. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
LUKÁCS, G. Teoria do romance. Tradução de Alfredo Margarido. Lisboa: Editorial Presença, [1962]. (Biblioteca de Ciências Humanas).
ROSA, Guimarães. A terceira margem do rio. In: ______; COUTINHO, Eduardo de Faria. Guimarães Rosa: ficção completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. v. II. p. 409-413.
SCHWARZ, R. Pressupostos, salvo engano, de ‘Dialética da malandragem’. In:
______. Que horas são?: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
SZONDI, P. Teoria do drama moderno (1880-1950). Tradução Luiz Sérgio Repa. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.
VILLAR, V. L. G. A religiosidade árabe em Milton Hatoum. In: SIMPÓSIO
INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES, 1, 2007, João Pessoa, Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões. CCHLA/UFPB. Disponívelem: <http://www.cchla.ufpb.br/religioes/pdf/pluralismo>. Acesso em: 26 jul. 2008.
WILLIAMS, R. L. A ficção de Milton Hatoum e a nova narrativa das minorias na América Latina. In: CRISTO, M. da L. P. Arquitetura da memória: ensaios sobre os romances Relato de um certo Oriente, Dois irmãos e Cinzas do Norte de Milton Hatoum. Manaus: Editora da Universidade Federal Amazonas / UNINORTE, 2007.
ZAIDAN, A. Raízes Libanesas no Pará. Belém: S/E, 2001.