Uma discussão sobre o método dialético

Autores

  • Maria Analice P. da Silva

Resumo

No início dos anos 70, Antonio Candido insurge na crítica literária brasileira uma “nova” perspectiva de análise-crítica, que visa pensar o texto ficcional enquanto formalização estética do contexto social. Esse método já vinha sendo amadurecido desde os primeiros estudos do crítico mineiro e adquirido maior contundência no famoso Literatura e sociedade, em que Candido destina um capítulo – “Crítica e Sociologia” – à apresentação de um panorama, que remete ao século XIX, passa pelos formalistas, e desemboca na perspectiva de viés dialético. No século XIX, os estudiosos de literatura deram importância em demasia ao conteúdo da obra, ao seu condicionamento social, ao aspecto de realidade que ela exprimisse. No início do século XX, chegou-se à posição de que a importância da obra deriva das operações formais. Nos anos 60, chega-se à conclusão de que as duas visões não podem estar dissociadas e que se deve estudar o texto ficcional fundindo-o com o contexto numa interpretação dialética. Para Roberto Schwarz, no ensaio de Antonio Candido há uma superação da incompatibilidade entre os estudos chamados interno e externo da obra de ficção. Dessa forma, a crítica moderna superou, não a orientação sociológica, mas o sociologismo crítico.

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Publicado

01.01.2005

Edição

Seção

Artigos do Dossiê