A prática fotográfica junto às pessoas não videntes

caminhos inclusivos para o sentir

Autores

  • Cristianne Melo Universidade Federal de Campina Grande
  • Paulo Matias de Figueiredo Júnior Universidade Federal de Campina Grande

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2763-9398.2021v15n.59854

Palavras-chave:

Fotografia, Deficiência Visual, Inclusão

Resumo

A produção fotográfica por pessoas cegas e com baixa visão questiona discursos sociais enraizados. Tais criações ampliam as compreensões sobre o ver, subvertem o oculocêntrismo, bem como dilatam as ponderações sobre a experiência sensorial no universo da fotografia, e consequentemente, comunicacional. Neste contexto, a acessibilidade se constrói na conexão de múltiplas percepções e linguagens, compreendendo a deficiência como diferentes formas de estar no mundo, explorando suas possibilidades e potencialidades. Na construção deste pensamento, este estudo recorre à fotógrafos não videntes e ao Projeto A Fotografia e o Sentir, bem como embasa-se nas teorias propostas por Bavcar (2000; 2015), Alves (2015, 2020), Derrida (2012), Didi-Huberman (2010, 2012) entre outros.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cristianne Melo, Universidade Federal de Campina Grande

Cristianne Melo é professora titular na Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, na Unidade Acadêmica de Arte e Mídia - UAAMi. Doutoranda em Educação Artística pela Universidade do Porto - Portugal; Mestra em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Especialista em Artes Visuais - SENAC; Graduada nos cursos de Arte e Mídia pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG e em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual da Paraíba - UEPB. É membro do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento em Fotografia - GPDF, vinculado ao CNPQ. Suas pesquisas e práticas estão relacionadas à Fotografia e Artes Visuais. Atualmente investiga o ensino da linguagem fotográfica para pessoas com deficiência visual. 

Paulo Matias de Figueiredo Júnior, Universidade Federal de Campina Grande

Graduado em Jornalismo pela Universidade Estadual da Paraíba (1999), Mestrado em Ciências da Sociedade pela mesma Instituição (2002) e Doutorado em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2016). É professor Associado da Universidade Federal de Campina Grande - PB, na Unidade Acadêmica de Arte e Mídia. Tem experiência nas seguintes áreas: Comunicação, historiografia do jornalismo (com ênfase em fotojornalismo), fotografia e arte sequencial. Desde 2018 é avaliador Institucional designado pelo INEP/MEC.

Referências

ALVES, Jefferson Fernandes. Deficiência visual e fotografia: O olhar pelo som, pelo tato e pela palavra alheia. Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial, Londrina – PR, v. 5, 2009. Anais. Londrina, PR: UEL, 2009. ISSN 2175-960X.

ALVES, Camila Araújo. Acessibilidade cultural: A criação de outros modos de ver e não ver no espaço do museu. Revista Forum, Rio de Janeiro, n.32, pp. 38-50. 2015. DOI: 10.20395/fb.v0i32.43

ALVES, Camila Araújo. Museus para igualdade, diversidade e inclusão. São Paulo: Museu da Vida / Fio Cruz, 2020. Conferência.

AGAMBEN, Giorgio. Infância e história: destruição da experiência e origem da história. Trad. Henrique Burigo. 1. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

BAVCAR, Evgen. A Luz e o Cego. In: _____. O ponto zero da fotografia. São Paulo: VSA art do Brasil, 2000.

BAVCAR, Evgen. O museu de outra percepção. In: LEYTON, Daina et al. Programa Igual Diferente. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2015.

BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Trad. João Wanderley Geraldi. Revista Brasileira de Educação. n. 19, pp. 20-28, 2010. DOI: 10.1590/S1413-24782002000100003

DERRIDA, Jacques. Pensar em não ver: escritos sobre as artes do visível (1979-2004). Trad. Marcelo Jacques de Moraes. Florianópolis: UFSC, 2012.

DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. Trad. Paulo Neves. 2.ed. São Paulo: Ed. 34, 2010.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Quando as imagens tocam o real. Revista Pós, Belo Horizonte, v. 2, n. 4, p. 204 - 219, nov. 2012. ISSN 1982-9507

DIDI-HUBERMAN, Georges. Cascas. Trad. André Telles. São Paulo: Ed. 34, 2017.

DONDIS, A. Donis. Sintaxe da linguagem visual. Trad. Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. São Paulo: Annablume, 2013.

KOSMINSKY, Doris. Visualidade e visualização: olhar, imagem e subjetividade. In: SZANIECKI, B.; DIAS LESSA, W.; MARTINS, M.; MONTA, A. S. Dispositivo fotografia e contemporaneidade. Rio de Janeiro: NAU; PPD ESDI/UERJ, 2013.

LE BRETON, David. Antropologia dos Sentidos. Trad. Francisco Morás. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

LEYTON, Daina. Museu, acesso e relação. II Fórum de Acessibilidade: Convergência entre arte, educação e saúde. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2020. Conferência.

MAIA, João. Conheça João Maia, o fotógrafo cego, 2020. Disponível em: < https://www.canon.com.br/college/blog/conheca-joao-maia-o-fotografo-cego>. Acesso em: 18. mai. 2021.

MAGALHÃES, Fernanda. O corpo performático de Evgen Bavcar. Revista de Educação, PUC Campinas, n.16, pp. 17-78. 2004. ISSNe 2318-0870

MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

MORAIS, Marcia; ARENDT, Ronald João Jacques. Aqui eu sou cego, lá eu sou vidente: Modos de ordenar eficiência e deficiência visual. Revista Caderno CRH, Salvador, v. 24, n. 61, pp. 109-120. 2011. ISSN 19838239

ON DER WEID, Olivia. Fotografias de cegos: Olhar além da visão. Revista Sociedade e Cultura, v. 23, pp. 1-48, 2020. DOI: 10.5216/sec.v23i.53796

PAGNI, Pedro Angelo. Biopolítica, deficiência e educação: outros olhares sobre a inclusão escolar. São Paulo: Unesp Digital, 2019.

SCHAEFFER, Pierre. Tratados de los objetos musicales. Madrid, ES: Alianza, 1988.

STEYN, Melissa. Critical diversity literacy: Essentials for the twenty-first century. In: VERTOVEC, Steven (Org). Routledge international handbook of diversity studies. 1.ed. New York, USA: Routledge, 2015.

VYGOTSKI, Lev. S. Fundamientos da defctologia: obras escogidas V. Madri, ES: Visor, 1997.

Downloads

Publicado

2021-12-28

Como Citar

MELO AMORIM, C. P.; MATIAS DE FIGUEIREDO JÚNIOR, P. . A prática fotográfica junto às pessoas não videntes: caminhos inclusivos para o sentir. Culturas Midiáticas, [S. l.], v. 15, p. 20, 2021. DOI: 10.22478/ufpb.2763-9398.2021v15n.59854. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/cm/article/view/59854. Acesso em: 19 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Comunicação, acessibilidade e representação de pessoas com deficiência