Percepção dos impactos socioambientais decorrentes da implantação do complexo eólico Delta do Parnaíba

Autores

  • Maria Bernadete de Carvalho Bezerra Universidade Federal do Piauí
  • Dênis Barros de Carvalho Universidade Federal do Piauí - UFPI.
  • Wilza Gomes Reis Lopes Universidade Federal do Piauí – UFPI.
  • Teresinha de Jesus dos Santos Sousa Universidade Estadual do Piauí - UESPI.
  • Francisco das Chagas Vieira Santos Universidade Federal do Piauí – UFPI.
  • Anderson Guzzi Universidade Federal do Paiuí

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2017v11n1.32496

Resumo

O objetivo do estudo foi analisar a percepção da comunidade da Pedra do Sal sobre os impactos socioambientais decorrentes da implantação do complexo eólico Delta do Parnaíba. O estudo foi realizado com moradores da comunidade da Pedra do Sal, município de Parnaíba/PI. A pesquisa ocorreu entre os meses de março a maio de 2015, com auxílio de formulários de entrevista semiestruturados, aplicados a 150 moradores, utilizando-se como critério de seleção ser maior de 18 anos. Dentre os entrevistados, 79 (53%) pertencem ao sexo masculino e 71 (47%) ao sexo feminino, com idades entre 18 e 76 anos, 44% possuem ensino fundamental e 80% recebem até um salário mínimo. A pesca e a agricultura de subsistência são as principais atividades dos entrevistados (39%). A poluição sonora; o soterramento de lagoas e a retirada da vegetação estão entre os impactos causados pelo complexo eólico mais percebidos pelos entrevistados. Conclui-se que para a comunidade da Pedra do Sal o atual formato da implantação e operação dos parques eólicos se configura em um processo de insustentabilidade, pois se observam vários impactos negativos, aliado a um elevado grau de insatisfação em decorrência da forma como o grande capital percebe e utiliza os recursos naturais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Bernadete de Carvalho Bezerra, Universidade Federal do Piauí

Programa de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), Universidade Federal do Piauí. Av. Universitária, 1310, Ininga, 64049-550, Teresina, PI, Brasil.

Dênis Barros de Carvalho, Universidade Federal do Piauí - UFPI.

Professor do Departamento de Ciências da Educação da Universidade Federal do Piauí - UFPI. Av. Universitária, 1310, Ininga, 64049-550, Teresina, PI, Brasil.

Wilza Gomes Reis Lopes, Universidade Federal do Piauí – UFPI.

Professora do Departamento de Construção Civil e Arquitetura - Centro de Tecnologia – Universidade Federal do Piauí – UFPI.

Teresinha de Jesus dos Santos Sousa, Universidade Estadual do Piauí - UESPI.

Professora da Universidade Estadual do Piauí, Campus da Região Sudeste Rua Desembargador Berilo Mota S/N Dirceu Acoverde, CEP 64078-213 - Teresina, PI – Brasil.

Francisco das Chagas Vieira Santos, Universidade Federal do Piauí – UFPI.

Programa de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), Universidade Federal do Piauí. Av. Universitária, 1310, Ininga, 64049-550, Teresina, PI, Brasil.

Anderson Guzzi, Universidade Federal do Paiuí

Curso de Ciências Biológicas
Depto. de Ciências do Mar
Universidade Federal do Piauí

Referências

Albuquerque UP, Cunha LVFC, Lucena RFP, Alves RR. N. 2014. Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology. New York: Humana Press (a Springer company).

Bardin I. 1994. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições Setenta, 226 p.

Bastos EA. 2011. Boletim agrometeorológico de 2010 para o município da Parnaíba, Piauí. Embrapa Meio-Norte, Teresina, Brasil.

Benjamin W. 1980. A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução. In: Benjamim W, Horkheimer M, Adorno TW e Habermas J. Textos escolhidos: coleção os pensadores, São Paulo: Abril, v. 48, 550 p.

Bernard R. 2006. Research methods in cultural anthropology. Newbury Park, USA: Altamira Press.

Capra F. 2006. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos, 10ª reimpressão. São Paulo: Cultrix.

Castro RMG. 2008. Energias Renováveis e Produção Descentralizada: Introdução à energia eólica. Lisboa: Universidade técnica de Lisboa, 81 p.

Cavalcanti C. 2004. Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. São Paulo: Cortez.

Christofoletti A. 1982. (Org.). Perspectivas da Geografia, São Paulo: Difel, p. 101-130.

Churro D, Zambujo MJ, Rodrigues CC e Coelho JLB. 2004. Parques Eólicos - Estudo dos Impactes no Ambiente Sonoro: Influência no Ruído Local. Acústica, (1): 1-5.

Costa RC, Prates CPT. 2005. O papel das fontes renováveis de energia no desenvolvimento do setor energético e barreiras à sua penetração no mercado. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 21, p. 5-30.

Day RH. 1970. Psicologia da Percepção, São Paulo: USP.

Farias LM, Sellitto MA. 2011. Uso da energia ao longo da história: evolução e perspectivas futuras. Revista Liberato, 12 (17): p. 01-106.

Ferrara LDA. 1999. Olhar periférico: informação, linguagem, percepção ambiental. 2ed., São Paulo: EDUSP, 273p.

Foladori G. 1999. O capitalismo e a crise ambiental. Revista Raízes, v. 19, p. 117-125.

Gadotti M. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis, 2000.

Guattari F. 2001. As três ecologias. Tradução de Maria Cristina F. Bittencourt. 11ª. ed. Campinas: Papirus.

Guimarães TL. 2002. Reflexões a respeito da paisagem vivida, topofilia e topofobia à luz dos estudos sobre experiência, percepção e interpretação ambiental. Geosul, 17 (33): p. 117-141.

Husserl E. 2000. A ideia da fenomenologia. Lisboa: Edições 70.

IBGE. Cidades. 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: Informações meteorológicas. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br >. acesso em: 15 Jul. 2014.

Krüger EL. 2003. Uma abordagem sistêmica da atual crise ambiental. Revista Educação & Tecnologia, 1 (6): p. 66 -77.

Layrargues PP. 1997. Do ecodesenvolvimento ao desenvolvimento sustentável: evolução de um conceito. Revista Proposta, (25): 71, p. 5-10.

Leff E. 2001. Saber ambiental: Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 9 ed. Petrópolis: Vozes.

Martins FR, Guarniera RA e Pereira EB. 2008. O aproveitamento da energia eólica. Revista Brasileira de Ensino de Física, 30 (1): p. 1304.

Meireles AJA. 2011. Danos socioambientais originados pelas usinas eólicas nos campos de dunas do Nordeste brasileiro e critérios para definição de alternativas locacionais. Revista CONFINS, 1 (11): p. 1-61.

Melazo GC. 2005. Percepção ambiental e Educação ambiental: uma reflexão sobre as relações interpessoais ambientais no espaço urbano. Olhares e Trilhas, (6): p. 45-51.

Moreira RN, Vidal, FAB, Viana AF e Oliveira DAB. 2013. Energia Eólica no Quintal da Nossa Casa?! Percepção Ambiental dos Impactos Sociambientais na Instalação e Operação de uma Usina na Comunidade de Sítio do Cumbe em Aracati-CE. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade-GeAS, 2 (1): p. 45-73.

Morin E. 2005. Introdução ao Pensamento Complexo. Tradução do francês: Eliane Lisboa - Porto Alegre: Ed. Sulina, 120 p.

Nascimento TC, Mendonça ATBB e Cunha S. 2012. Inovação e sustentabilidade na produção de energia: o caso do sistema setorial de energia eólica no Brasil. Cadernos EBAPE. BR, 10 (3): p. 630-651.

Okamoto J. Percepção ambiental e comportamento. São Paulo: Plêiade, 1996.

Oliveira FL e Nunes LH. 2007. A percepção climática no município de Campinas, SP: confronto entre o morador urbano e o rural. Geosul, 22 (43): p 77-102.

Penteado CLC, Fortunato I. 2010. CRISE AMBIENTAL E PERCEPÇÃO: FRAGMENTAÇÃO OU COMPLEXIDADE? REMEA-Revista Eletrônica do Mestrado de Educação Ambiental, 24 (1): p. 414-427.

Pereira EB e Colle S. 1997. A energia que vem do sol. Ciência Hoje, 22 (130): p. 24-35.

Ribeiro WC Lobato W e Liberato RC. 2009. Notas sobre fenomenologia, percepção e educação ambiental. Revista Sinapse Ambiental, p. 42-65.

Santos VL. 2003. Paisagem vivida e paisagem planejada: Da experiência dos moradores à implantação dos grandes projetos. Revista Faz Ciência, 5 (1): p. 176-195.

Simas M e Pacca S. 2013. Energia eólica, geração de empregos e desenvolvimento sustentável. Estudos Avançados, 27 (77): p. 99-116.

Touraine A. 1999. Crítica da modernidade. 6ª ed., Petrópolis: Vozes, 77 p.

Tuan YF. 1980. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Tradução: Lívia de Oliveira. São Paulo: Difel, 288 p.

Tuan YF. 1983. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Tradução: Lívia de Oliveira. São Paulo: Difel.

Vieira IR e Loiola MIB. 2014. Percepção ambiental das artesãs que usam as folhas de carnaúba (Copernicia prunifera H. E. Moore, Arecaceae) na Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, Piauí, Brasil. Sociedade & Natureza, 26 (2): 63-76.

Downloads

Publicado

2017-03-31

Como Citar

BEZERRA, M. B. de C.; CARVALHO, D. B. de; LOPES, W. G. R.; SOUSA, T. de J. dos S.; SANTOS, F. das C. V.; GUZZI, A. Percepção dos impactos socioambientais decorrentes da implantação do complexo eólico Delta do Parnaíba. Gaia Scientia, [S. l.], v. 11, n. 1, 2017. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2017v11n1.32496. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/gaia/article/view/32496. Acesso em: 18 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)