Narrando a queda: temporalidade e trauma em um romance de Michel L:aub
Palavras-chave:
narrativa, psicanálise, contemporaneidadeResumo
A trama de Diário da queda¸ romance de Michel Laub publicado em 2011, é construída em torno de três gerações de uma família judia; três personagens cujas existências são definidas por seus traumas do passado. Esses traumas são o mote da narrativa e têm influência direta na maneira como a história é contada, ou seja, no nível da enunciação do discurso e também no encadeamento dos eventos relatados. O objetivo deste trabalho é, portanto, investigar de que maneira a questão do trauma está ligada à temporalidade no livro, atuando na dimensão episódica da narrativa e, ainda, motivando determinadas características específicas na linguagem do romance. Essa análise terá como aporte teórico, principalmente, as ideias relacionadas à temporalidade da narrativa propostas por Peter Brooks em Reading for the Plot (1984) e Paul Ricoeur em Tempo e narrativa (1983), além de questões ligadas à narração do trauma levantadas por Márcio Seligmann-Silva (2003) e à vertente do realismo traumático proposta por Hal Foster (2005).
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Referências
BROOKS, Peter. Reading for the Plot - Design and Intention in Narrative. New York: Random House, 1984. FOSTER, Hal. O retorno do real. Rio de Janeiro: Concinnitas, 2005.
LAUB, Michel. Diário da queda. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
LEVI, Primo. É isto um homem?. Rio de Janeiro: Rocco, 1988. RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Tomo I. Campinas: Papirus, 1997
SELIGMANN-SILVA, Márcio. História, memória, literatura: o testemunho na era das catástrofes. São Paulo: Editora da Unicamp, 2003.
TORRES, Bolivar & LAUB, Michel. “Memória em cacos: conversa com Michel Laub”. Disponível em: http://www.literal.com.br/acervodoportal/memoria-em-cacos-conversa-com-michel-laub-6544/. Acesso em: 25 jun. 2013.