A linguagem da mística medieval cristã no poema Coloquio de amor de Teresa d’Ávila
Palavras-chave:
Idade Média, Literatura Mística, Teresa d’ÁvilaResumo
A produção de escritos pertencentes à Mística cristã ocidental, na Idade Média, foi expressiva. Especialmente em monastérios e nas beguinarias (no caso da produção realizada por mulheres), essa prática foi intensamente buscada e tal fato resultou numa significativa quantidade de manuscritos. A existência destes, seus conteúdos e estéticas variadas, elucidam novas discussões a respeito do período medieval, provocando reformulações de conceitos e, consequentemente, trazendo uma reelaboração da historiografia. Interessa afirmar que nos escritos mencionados, é possível encontrar peculiaridades dignas de serem consideradas pelos estudos literários e que, muitas delas, continuaram a ser utilizadas em textos religiosos produzidos durante os séculos que se enquadram, classicamente, na Modernidade. Assim, este artigo destaca alguns elementos da Mística ocidental cristã próprios da Idade Média presentes no poema Coloquio de Amor, escrito pela monja carmelita Teresa d’Ávila (1615-1682), tais como o fato de se apresentar como a linguagem de uma experiência, além de tratar sobre o amor esponsal entre uma alma humana e seu Amado divino. Para fundamentar as reflexões propostas, serão consideradas as contribuições de Juan Martín Velasco (2009) sobre alguns aspectos da linguagem mística, os pareceres de Jacques Le Goff (2010) a respeito da concepção de Idade Média e os apontamentos de Lieve Troch (2013) quanto à Mística medieval cristã como uma vivência muito comum às mulheres religiosas da Idade Média.
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Referências
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