Persuadindo e ensinando Neoptólemo: a retórica de Odisseu no prólogo do Filoctetes de Sófocles

Autores

  • Mateus Dagios UFRGS

Palavras-chave:

Odisseu, Neptólemo, Retórica, Métis, Sofística

Resumo

A proposta do artigo é discutir a retórica de Odisseu no prólogo da tragédia Filoctetes de Sófocles. Parte-se então da centralidade de Neoptólemo para demonstrar como a persuasão da personagem se constitui como objetivo da retórica de Odisseu. O texto divide-se em duas partes: na primeira, “A métis de Odisseu: caminhos da operacionalidade retórica”, discute como a métis é o cerne organizador do discurso de Odisseu e como ele emprega uma tática persuasória mediada por ela. A segunda, “Persuadindo e ensinando Neoptólemo”, analisa os argumentos de Odisseu e como ele apresenta o poder das palavras em oposição ao uso da força, fazendo Neoptólemo descobrir a retórica como uma importante ferramenta do jogo político que conduz as ações dos homens. O artigo concentra a análise no prólogo da peça para realçar o papel de educador sofista de Odisseu, ligado ao ensinamento das artes de convencimento.

Palavras-chave: Odisseu. Neoptólemo. Retórica. Métis. Sofística.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BLUNDELL, Mary Whitlock. The physis of Neoptolemus in Sophocles’ Philoctetes. Greece and Rome, v. 35, n. 2, p. 137-48, 1988.

_____. Helping friends and harming enemies: a study in Sophocles and Greek ethics. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

BRUNEL, Pierre (org.). Dicionário de mitos literários. Rio de Janeiro: José Olympio Ed., 1997.

BUXTON, R.G.A. Persuasion in Greek tragedy: a study of Peitho. Cambridge: CUP, 1982.

CHRYSOSTOMUS. Discourses 37-60. Cambridge: Harvard UP, 2001.

DETIENNE, Marcel, VERNANT, J-P. Métis: as astúcias da inteligência. São Paulo: Odysseus, 2008.

DHERBEY, Gilbert Romeyer. Les sophistes. Paris: PUF, 1985.

EASTERLING, P.E. Repetition in Sophocles. Hermes, v. 101, n. 1, p. 14-34, 1973.

FERREIRA, José Ribeiro. O significado da figura de Ulisses no Filoctetes. Humanitas, v. xxxi-xxxii, p. 115-139, 1980.

GASTALDI, V. El logos trágico y la funcionalidad de la retórica. Calíope, n. 12, p.72-83, 2004.

GOLDHILL, Simon. Reading Greek Tragedy. Cambridge: CUP, 1986.

HESK, Jon. Deception and democracy in classical Athens. Cambridge: CUP, 2000.

KIRBY, John T. The “Great Triangle” in early Greek rhetoric and poetics. Rhetorica: A Journal of the History of Rhetoric, v. 8, n. 3, p. 213-228, Summer 1990.

KIRKWOOD, G. M. A study of Sophoclean drama. Ithaca: Cornell University Press, 1958.

KNOX, Bernard. Philoctetes. Arion, v. 3, n. 1, p. 42-60, Spring 1964.

LORAUX, Nicole. Maneiras trágicas de matar uma mulher: imaginário da Grécia antiga. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.

MAZON, Paul. Notice. In: SOPHOCLE. Tragédies: Philoctète – Oedipe à Colone. Paris: Les Belles Lettres, 2002, p. 01-07.

MONTIGLIO, Silvia. From villain to hero: Odysseus in ancient thought. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2011.

PUCCI, Pietro. Odysseus Polutropos: Intertextual Readings in the “Odyssey” and the “Iliad”. New York: Cornell University Press, 1987.

REINHARDT, Karl. Sófocles. Brasília: Ed. da UnB, 2007.

ROSE, Peter. Sophocles’ Philoctetes and the teachings of the sophists. Harvard Studies in Classical Philosophy, v. 80, p. 49-105, 1976.

ROSENBLOOM, David. Staging rhetoric in Athens. In: GUNDERSON, Erik (ed.). The Cambridge Companion to Ancient Rhetoric. Cambridge: CUP, 2009, p. 194-209.

STANFORD, W. B. The Ulysses Theme: A Study in the Adaptability of a Traditional Hero. New York: Barnes and Noble Inc., 1964.

VAZ PINTO, Maria José. A doutrina do logos na sofística. Lisboa: Colibri, 2000.

_____. Os sofistas e a sofística. In: VAZ PINTO, Maria José; SOUSA, Ana Alexandre Alves de (eds.). Sofistas: testemunhos e fragmentos. Lisboa: Imprensa Nacional, 2005, p. 11-39.

VERNANT, J-P.; VIDAL-NAQUET, Pierre. Tensões e ambiguidades na tragédia grega. In: _____. Mito e tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, 1999, p. 07-24.

VIDAL-NAQUET, Pierre. O Filoctetes de Sófocles e a efebia. In: VERNANT, J-P.; VIDAL-NAQUET, Pierre. Mito e tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, 1999, p. 125-145.

Downloads

Publicado

17.06.2020

Edição

Seção

DOSSIÊ: LITERATURA E RETÓRICA NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA