A representação estética de um modernismo tardio no cordel épico Guriatã
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2022v24n3.63518Palavras-chave:
Modernismo tardio, cordel, gênero épico, Marcus Accioly, GuriatãResumo
Este trabalho discute a relevância do livro Guriatã, Um Cordel Para Menino, do poeta Marcus Accioly, como manifestação literária de um Modernismo tardio. A sua intenção é demonstrar como esta narrativa ressignifica os discursos de inventividade literária, presentes nos Manifestos Pau Brasil e Antropofágico, incorporando-os a uma textura que se realiza pelo cruzamento da linguagem popular com a erudita, característica formal predominante na obra de Marcus Accioly, autor historicamente situado na geração pernambucana de 65. Para tanto, este trabalho se fundamenta nos seguintes temas e teóricos: Modernidade (LIMA, 2003), traços e discursos do Modernismo (ANDRADE, 1978), traços do gênero épico (SILVA; RAMALHO, 2007; STAIGER, 1978), a relevância da relação xilogravura e narrativa no cordel (BARBOSA, 2010; CHARTIER, 2OO2) e, por último, a relevância dos ciclos temáticos (ACCIOLY; LEAL, 1980). Todo este arcabouço teórico serve à justificativa geradora desse trabalho, que é provar como Guriatã se caracteriza como um cordel épico cuja composição estrutural está de acordo com um discurso inventivo de construção identitária brasileira, silenciada por conta do âmbito local da denominada geração de 65. Ademais, o artigo intenta contribuir para a fortuna crítica da obra poética do escritor e professor Marcus Accioly, em especial para o cordel Guriatã.
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