ASPECTOS ESTILÍSTICOS E RETÓRICOS DE O PRELÚDIO, DE WILLIAM WORDSWORTH
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2023v25n1.64025Palavras-chave:
O Prelúdio, estilística, retórica, poesia, William WordsworthResumo
Uma certa visão popular e recorrente do poeta inglês William Wordsworth concebe-o como um autor sem estilo pessoal, que rejeita a retórica e a dicção poética em favor de uma linguagem natural e espontânea. Essa, porém, argumentamos, é uma imagem incompleta, resultante de uma compreensão parcial das próprias teorias poéticas de Wordsworth (que em si dão uma visão inexata de sua arte), e que não dá conta de descrever acuradamente o estilo do poeta em obras mais meditativas, como O Prelúdio. Neste artigo, desejamos elencar, descrever e exemplificar os principais aspectos retóricos e estilísticos que vão formar o texto da obra autobiográfica de Wordsworth, O Prelúdio. Para tanto, primeiramente reunimos alguns argumentos contra a visão que concebe o autor como um poeta completamente moderno, espontâneo e popular. Em seguida, analisamos como traços retóricos conscientes e convencionais fazem parte essencial da composição do Prelúdio e, por fim, descrevemos os recursos retóricos que transparecem no texto. Como resultado, averiguamos que Wordsworth escreve com o estilo da boa prosa de um homem educado de sua época, e que não dispensa com recursos retóricos, apenas com seu uso imotivado e como adorno. Vimos também que O Prelúdio vale-se de convenções dos gêneros literários em que se apoia, bem como de recursos e figuras estilísticas distintas que compõe não uma linguagem popular, mas uma linguagem marcadamente wordsworthiana.
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