TROCAS LITERÁRIAS ENTRE BRASIL E REINO UNIDO:
O CASO DA REVISTA LITERÁRIA GRANTA 2012 E 2013
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2023v25n3.67387Palavras-chave:
trocas literárias, tradução, autotraduçãoResumo
Fundada em 1889 por alunos da Universidade de Cambridge, a revista literária Granta: Magazine of New Writing é especialmente conhecida no meio da crítica literária por suas edições Best of Young, que trazem a público escritores e escritoras vistas como relevantes de cada geração e que definem o mapa da literatura nos anos seguintes a cada publicação. Em 2012, a revista lançou uma edição especial intitulada The Best of Young Brazilian Novelists. A publicação contou com textos vertidos para o inglês de vinte jovens escritores brasileiros. Além da publicação dos contos em The Best of Young Brazilian Novelists, a produção desses escritores foi publicada em dois volumes, um em inglês e outro em espanhol. Em 2013, a Granta, publicada no Reino Unido, divulgou a lista de 20 jovens escritores (com menos de 40 anos de idade), titulares de passaporte britânico, e, pela primeira vez, houve uma maioria de mulheres-escritoras. Entre os escritores selecionados para inclusão na prestigiosa lista, houve os provenientes de antigas colônias inglesas, como a Somália, China (Hong Kong), Paquistão, Bangladesh e os imigrantes de segunda geração com raízes na Nigéria e na Índia. Neste artigo, comparo o papel que a tradução exerce na difusão das literaturas brasileira e anglófona, considerando, em especial, os casos da edição de 2013 da Granta, assim como Granta: The Best of Young Brazilian Novelists de 2012, ambas publicadas no Reino Unido. Considero, em especial, o caso de quatro jovens escritores: o brasileiro Julián Fuks e a brasileira Carol Bensimon, e as inglesas Naomi Alderman e Zadie Smith, por considerá-los ilustrações diversas do papel da Granta: Magazine of New Writing nas trocas literárias entre Brasil e Reino Unido.
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