O Pacto nas Veredas-Mortas: Realidade Poética e Esforço de Interpretação

Autores

  • Leonardo Vieira de Almeida

Resumo

No universo plurissignificativo de Grande Sertão: Veredas, a força que move o pactário não é apenas a de um sujeito que, em nível semântico, procura a obtenção de um conhecimento ou a superação do humano. Riobaldo, questionando sobre a existência de Deus e do Diabo, faz dessa dúvida o seu gesto pactual. Sob esse aspecto, a aporia impossibilita qualquer resposta ou juízo. O pacto, desse modo, se configura como esforço tradutório. Esforço que procura um possível equilíbrio entre dois pólos: o positivo e o negativo, ambos agenciadores que se expressam como linguagem. Na tentativa de encontrar Deus através do Diabo, ou vice-e-versa, estabelecese a ironia. O nada (nonada) é paradoxo por onde se tenta discutir o indiscutível. A “fala” do pactário atinge o limite do círculo hermenêutico para torcê-lo, torná-lo espiral. A possível tradução do pacto fáustico poderia ser travessia. A busca, veículo tradutório e ambivalente de um desejo indeterminado.

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Publicado

01.01.2006

Edição

Seção

Artigos do Dossiê