Da mutabilidade do signo aos sintomas contemporâneos: o inconsciente e suas aproximações com a linguagem
Abstract
Cotidianamente os psicanalistas têm se deparado em seus consultórios com uma gama de indícios de que na atualidade novos quadros clínicos acometem seus pacientes a novas formas de sofrimento. Se na Viena vitoriana da época de Freud o quadro clínico predominante era a neurose histérica, atualmente vários sinais apontam para novas formas de sofrimento diferentes das encontradas pelo psicanalista vienense. É pensamento comum entre os psicanalistas que os elementos constitutivos da cultura contemporânea são fortes fatores propulsores dessa nova ordem de sofrimento. Entretanto, há divergências quanto aos possíveis fatores etiológicos responsáveis por essa mudança nos perfis diagnósticos. Este artigo pretende prestar uma contribuição ao debate baseada na relação lingüística-psicanálise iniciada por Jacques Lacan na qual se busca, a partir do aporte da lingüística saussureana, uma melhor compreensão sobre o funcionamento psíquico uma vez que o modo de funcionamento do inconsciente assemelha-se ao funcionamento da linguagem. Assim, procuraremos elementos na lingüística que possam auxiliar a compreensão do fenômeno dos sintomas contemporâneos. Partimos da hipótese de que os sintomas contemporâneos são resultantes de um processo que pode ser comparado ao movimento de mutabilidade do signo lingüístico, como pensou Saussure.Downloads
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