Corpos em (de)formação

o “monstruoso” nas Flores bellatinianas

Autores

  • Luciane Bernardi Souza Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2595-7295.2018v2n1.44705

Resumo

Com um estranho e peculiar desabrochar, Flores (2001) de Mario Bellatín, apresenta uma estética transgressora. As personagens presentes em algumas narrativas da obra violam os padrões da cultura e desestabilizam a natureza da “normalidade” biológica através de corpos anômalos, que na sua maioria se constituem a partir da ausência de membros gerada por equívocos da medicina ou herança genética. A partir dessa estética incomum, discutimos neste trabalho o conceito de monstruoso nas personagens bellatinianas, pensando o corpo na sua materialidade biológica, mas também enquanto elemento simbólico, em sua potência performática e em sua capacidade de mutação e devir. Para isto, orientamos nossa leitura a partir de algumas noções teóricas advindas de Michel Foucault, que apresenta o corpo como um espaço de produção e contestação, e José Gil e Luiz Nazário, ambos teóricos que pensam o caráter monstruoso do corpóreo.

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Biografia do Autor

Luciane Bernardi Souza, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutoranda em Literatura- UFSC

Referências

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Publicado

2018-07-02

Como Citar

SOUZA, L. B. Corpos em (de)formação: o “monstruoso” nas Flores bellatinianas. Letras et Ideias, João Pessoa, PB, v. 2, n. 1, p. 55–66, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.2595-7295.2018v2n1.44705. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/letraseideias/article/view/44705. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos