Entre os estilhaços do eu e os fragmentos persecutórios do seio
paragens esquizo-paranoides na poética de Edgar Allan Poe
Palabras clave:
Literatura fantástica, Edgar Allan Poe, Psicanálise, Melanie KleinResumen
Percorreremos os recônditos mais profundos e penumbrosos do conto Morela (1835), escrito pelo mestre do horror, Edgar Allan Poe, no intento de sondar a história de amor entre o narrador autodiegético e essa amiga, Morela. Eis que uma atmosfera de mistério paira sobre o enlace de ambos, pois a união não fora motivada pelo amor, mas pelo o desabrochar de um sentimento, metaforicamente, denominado de chamas que “não eram as de Eros”. A ausência de amor e o florir de um estranho sentimento que atormenta o espirito do narrador avultam, deveras, ignóbil e execrável ambiente. Como fruto do idílio tortuoso e bizarro entre o narrador e Morela, nasce uma filha – com imagos, traços e trejeitos idênticos ao da mãe. Morela morre, mas deixa sua atroz herdeira. Para tanto, recorre-se aos escritos de Melanie Klein, no que diz respeito aos seus constructos teóricos da posição esquizo-paranoide e posição depressiva.