A RAINHA DO IGNOTO, DE EMÍLIA FREITAS, E AS BRUMAS DE AVALON, DE MARION ZIMMER BRADLEY
MISOGINIA E DESCRÉDITO COM OBRAS PIONEIRAS
Palabras clave:
Obras Literárias Pioneiras Rechaçadas, Beletristas Silenciadas, Apagamento de Escritoras VanguardistasResumen
A Rainha do Ignoto, publicado no Brasil em 1899, e As Brumas de Avalon, nos Estados Unidos, em 1979, são dois romances pioneiros, duas utopias que enaltecem mulheres que vivem em comunidades míticas formadas por elas em ilhas mágicas, crescendo em conjunto, praticando a sororidade e a solidariedade e prescindindo dos homens – que inclusive depreciam seu estilo de vida evoluído espiritualmente, mas não o conseguem superar. Ambas as obras romperam paradigmas e estabeleceram uma nova ordem: a primeira, inaugurou a Literatura Fantástica no Brasil; a segunda, inverteu a releitura da lenda arturiana para sempre. Não poderiam sair impunes. Rechaço, silenciamento e apagamento foram algumas das muitas consequências para suas autoras, Emília Freitas e Marion Zimmer Bradley, respectivamente. Neste artigo, uma revisão de literatura, uma pesquisa básica e de objetivo exploratório, tratamos dessas questões baseando-nos em estudiosas e estudiosos da área como Câmara (2016); Castro (2021); Catrib, Paula e Câmara (2023); Oliveira (2007) e Sousa (2022), dentre outras e outros. Concluímos que o repúdio e o ostracismo que o presente dossiê trata, canalizando o escopo para as escritoras nordestinas solapadas pelo nosso Cânone Literário, extrapola esta fronteira e deságua em terras outras, mas com o mesmo problema: a misoginia no meio literário.
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