CAPAS DA REVISTA CARINHO (1977-1978): EMANCIPAÇÃO OU SUJEIÇÃO DA MULHER?
Resumo
Este estudo se propôs a analisar as capas das revistas Carinho dos anos de 1977 e 1978, referenciando-se na autora Dulcília Buitoni. No Brasil, o contexto da década de 70 atrela-se à insurgência dos movimentos sociais na luta das minorias, além do fortalecimento do feminismo, que protagonizava a liberação sexual da mulher, conquistando o uso da pílula anticoncepcional e o direito ao divórcio. A partir de um breve histórico da imprensa feminina brasileira, o estudo mostra que ela se articulou com dois tipos de impressos: os periódicos que lutavam pela emancipação da mulher e outros que fortaleciam seus antigos valores tradicionais e patriarcais como esposa, mãe e dona de casa. A revista Carinho, da Bloch Editores, surgiu em 1976, e além de abordar assuntos diversos, como moda, horóscopo, beleza, celebridades e fotonovelas, tratava abertamente de sexo, estampando o uso explícito do termo em suas capas. Evidentemente, nesse período, o Brasil também vivenciava o regime militar, e logo, a revista que versava sobre sexo seria direcionada ao público de jovens mulheres maiores de 18 anos. Apesar de parecer moderno, a maneira como a revista tratava os assuntos voltados para a sexualidade, observa-se o reforço a antigos valores de sujeição e submissão na relação entre homem e mulher.
Palavras-chave: Imprensa feminina. Revista Carinho. Mulher.
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Referências
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