ESCREVER SOBRE INSTRUÇÃO PÚBLICA, CRIAR REPRESENTAÇÕES: UMA ANÁLISE SOBRE ARTIGOS VEICULADOS NO O FLUMINENSE - 1894
Resumo
A proposta deste artigo foi de analisar uma série de matérias publicadas no jornal O Fluminense, nos meses de julho, agosto e setembro de 1894, que tratavam da instrução pública no estado do Rio de Janeiro. No final do Século XIX, era comum se ouvirem notícias atreladas à Escola Normal de Niterói, enaltecendo-a como o único local de onde sairiam as pessoas responsáveis pela instrução do cidadão fluminense. Ao manusear os microfilmes de 1894, percebi representações produzidas pelo órgão de imprensa local sobre a escola referida, visando reconstruir possíveis ressonâncias e impactos dela na cidade. Iniciar uma sequência de matérias que tratavam do professor hodierno era sugerir melhorias no ensino, como foi o caso do primeiro título encontrado. Entre outros assuntos, o texto elencava três aspectos que atrapalhavam o professor moderno, a saber: confundir estudar com decorar; usar e abusar dos compêndios e dos livros em geral; e utilizar-se da severidade como disciplina. Para o jornal, o próprio professor deveria ser o compêndio vivo, pois, como Spencer ponderava, a função do livro era suplementar.
Palavras-chave: Escola Normal e Liceu. Jornal O Fluminense. Representações.
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Referências
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Leis
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