A hegemonia discursiva na formação de nível médio para as juventudes brasileiras:

Programa Ensino Médio Inovador/ Projeto Jovem de Futuro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2024v33n1.68626

Palavras-chave:

Ensino médio, Juventudes, Currículo

Resumo

Os movimentos das ocupações estudantis de 2016 contrariam a premissa do desinteresse puro e simples das juventudes brasileiras pela formação de nível médio. Se assim fosse, não teríamos ouvido, em diferentes estados da federação, os ecos dos gritos por manutenção, ampliação do acesso, qualidade e por maior possibilidade de participarem da constituição do espaço escolar. Neste texto, apresentamos discursos neoliberais desvelados no interior da produção curricular do Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI) (BRASIL, 2009, 2009a, 2009b, 2009c) para o ensino médio brasileiro, tendo como fio condutor as análises do conceito-chave: hegemonia. As análises apontam que dentro do terreno da sociedade civil, sobretudo no campo educacional, as forças dominantes, dotadas de capital, desenvolvem estratégias para educar para o consenso. O Estado brasileiro, desempenhando o papel de Estado educador, redesenha suas práticas, por meio de uma pedagogia da hegemonia, arquitetada em textos/documentos curriculares alinhados ao projeto neoliberal de sociabilidade. No campo educacional, as relações hegemônicas, como exercício de direção e dominação, por meio do poder, são essencialmente relações pedagógicas, ou seja, de ensino-aprendizagem, ao mesmo tempo, que promotoras da reestruturação educacional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aline Rabelo Marques, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutora em Educação (2021) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), com bolsa pela CAPES. Desenvolve estudos e pesquisas na sobre escola e o currículo para educação básica. Atua pela inovação da gestão pública, na Secretaria de Educação do Recife.

Referências

APPLE, Michael. Educando à Direita: mercados, padrões, Deus e desigualdade. São Paulo: Editora Cortez, Instituto Paulo Freire, 2003.

BARROSO, João. O Estado, a educação e a regulação das políticas públicas. Educação e Sociedade, Campinas, v. 26, n. 92, p. 725-751, out. 2005.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 15. ed. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil; 2011.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Conselho Pleno. Parecer nº 11, de 30 de junho de 2009. Proposta de experiência curricular inovadora do Ensino Médio. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de agosto de 2009, Seção 1, p. 11. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1685-pcp011-09-pdf&category_ slug=documentos-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 27 fev. 2018.

INSTITUTO UNIBANCO. Relatório de Atividades 2009. São Paulo, 2009. Disponível em: <https://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2016/08/rel_atividades_IU_2009.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2020.

INSTITUTO UNIBANCO. Relatório de Atividades 2010. Disponível em: <https://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2016/08/rel_atividades_IU_2010.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2020.

INSTITUTO UNIBANCO. Relatório de Atividades 2011. Disponível em: <https://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2016/08/rel_atividades_IU_2011.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2020.

INSTITUTO UNIBANCO. Relatório de Atividades 2012. Disponível em: <https://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2016/08/rel_atividades_2012.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2020.

INSTITUTO UNIBANCO. Relatório de Atividades 2013. Disponível em: <https://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2016/08/Relatorio-2013-InstitutoUnibanco.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2020.

INSTITUTO UNIBANCO. Relatório de Atividades 2014. Disponível em: <https://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2016/08/relatorio-2014-1.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2020.

INSTITUTO UNIBANCO. Relatório de Atividades 2015. Disponível em: <https://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2016/08/Relatorio-2015-InstitutoUnibanco.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2020.

INSTITUTO UNIBANCO. Relatório de Atividades 2016. Disponível em: <https://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2016/08/Relatorio-2015-InstitutoUnibanco.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2020.

LAVAL, Christian. A Escola não é uma empresa. São Paulo: Editora Boitempo, 2019.

NEVES, Lúcia Maria Wanderley (Org.). A nova pedagogia da hegemonia. Estratégias do capital para educar o consenso. São Paulo: Xamã, 2005.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SILVA, Mônica Ribeiro. (Org.). O Ensino Médio: suas políticas, suas práticas: estudos a partir do Programa Ensino Médio Inovador. Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2016. 154p.

SILVA, Monica Ribeiro da; JAKIMIU, Vanessa Campos de Lara. Do texto ao contexto: o Programa Ensino Médio Inovador em movimento. Ensaio: aval. pol. públ. educ. 2016, v.24, n.93, pp.910-938.

ZIBAS, Dagmar M. L. A reforma do ensino médio nos anos de 1990: o parto da montanha e as novas perspectivas. Revista Brasileira de Educação, n. 28, p. 24-36, Jan./Fev./Mar./Abr. 2005.

Downloads

Publicado

2024-05-20

Como Citar

MARQUES, A. R. A hegemonia discursiva na formação de nível médio para as juventudes brasileiras: : Programa Ensino Médio Inovador/ Projeto Jovem de Futuro. Revista Temas em Educação, [S. l.], v. 33, n. 1, p. e-rte331202440, 2024. DOI: 10.22478/ufpb.2359-7003.2024v33n1.68626. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/68626. Acesso em: 14 nov. 2024.

Edição

Seção

Quais juventudes querem os currículos? Quais currículos querem as juventudes?