MODALIDADES DE USOS E SABERES DO CIPÓ CABI
Resumo
O termo Cabi designa um tipo de cipó nativo da floresta amazônica, pertencente à família das Malpighiáceas, nome botânico de uma família de plantas composta de 68 gêneros e cerca de 1.200 espécies, distribuídas nas regiões tropicais da América do Sul. Com nomenclaturas bastante diversas, o Cabi é amplamente encontrado no Peru, Equador, Colômbia e Amazônia Brasileira. Na Amazônia, ele é utilizado em diferentes situações sócio culturais do cotidiano das populações, com diferentes finalidades. É, entretanto, muito conhecido pela sua participação na composição de uma beberagem psicoativa de origem indígena, conhecida por uma diversidade de nomes, dentre os quais: Ayahuasca, Yagé, Kamarampi, Cipó, Daime, Vegetal, Hoasca. Este texto tem por objetivo descrever algumas modalidades de uso do cipó Cabi e a constelação de saberes que o perpassam, destacando seu uso entre comunidades indígenas e nas práticas populares de cura entre a população mestiça que habita a ilha de Colares, no Estado do Pará. A descrição dos saberes baseou-se, metodologicamente, em estudos que se voltam para o uso da ayahuasca entre os indígenas e seringueiros habitantes do Vale do Rio Juruá (AM), caracterizando-se como de natureza bibliográfica. Por sua vez, os saberes do cipó Cabi em Colares foram analisados a partir de uma pesquisa de campo, ainda em andamento, em que foram realizadas entrevistas com alguns moradores das comunidades de Terra Amarela e Ovos, duas localidades formadas por descendentes de antigos escravos e onde ainda hoje é possível se encontrar um número considerável de pés de Cabi. Teoricamente, o texto se apoia na noção de saberes de Martinic, de mediadores culturais de Gruzinski e em estudos diversos sobre o referido cipó.Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2012-12-31
Como Citar
ALBUQUERQUE, M. B. B. MODALIDADES DE USOS E SABERES DO CIPÓ CABI. Saeculum, [S. l.], n. 27, 2012. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/16438. Acesso em: 5 nov. 2024.
Edição
Seção
Dossiê: História e Práticas Cotidianas