Segurança Nacional e Biopolítica

as práticas e os dispositivos de informação e vigilância da DOPS-PE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.53820

Palavras-chave:

Segurança Nacional, Biopolítica, DOPS-PE

Resumo

Este artigo, produzido a partir de pesquisa desenvolvida em dissertação fomentada pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal da Paraíba – PPGH/UFPB, apresenta uma análise sobre a construção das estruturas de Segurança Nacional e Informação no Brasil, e especialmente em Pernambuco, ao longo do século XX, como sinal de um projeto biopolítico de poder. O texto articula conceitos da teoria biopolítica explorando a organização da Escola Superior de Guerra, permeada pela ideia de guerra permanente e interna, passando pelo processo de criação das polícias políticas estaduais até o detalhamento da emergência de mecanismos, técnicas, recursos procedimentos e a prática de uma mecânica de controle e monitoramento do cotidiano de pernambucanos nessas circunstâncias. Além disso, sua leitura é fundamental para os que se interessam pelo processo de desenvolvimento das redes de segurança e informação anterior ao golpe civil-militar de 1964, as quais serão indispensáveis para a execução e manutenção da Ditadura Militar de 21 anos. 

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Biografia do Autor

Raphael Henrique Roma Correia, Universidade Federal de Pernambuco

Raphael Henrique Roma Correia é doutorando em história pelo PPGH/UFPE. Formado em licenciatura plena pela Universidade de Pernambuco. Em 2017 defendeu uma dissertação que analisa as prisões preventivas a partir do golpe de 1964 na efetivação de um Estado de Exceção e um projeto biopolítico de poder. Atualmente pesquisa sobre o ensino de história no fim da ditadura militar no Brasil, para entender as ações do Estado em torno da memória e do esquecimento das práticas autoritárias dos militares.

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Publicado

2020-11-18

Como Citar

CORREIA, R. H. R. Segurança Nacional e Biopolítica: as práticas e os dispositivos de informação e vigilância da DOPS-PE. Saeculum, [S. l.], v. 25, n. 43 (jul./dez.), p. 111–127, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.53820. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/53820. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: A nova história (bio)política: sobre as capturas e as resistências