A hora da estrela de cinema: a narrativa entre a página e a tela
Mots-clés :
Literatura, Cinema, Adaptação, Tradução, SobrevidaRésumé
O presente artigo visa a um estudo comparativo entre a novela A hora da estrela (1977), de Clarice Lispector, e o filme A hora da estrela (1985), de direção de Suzana Amaral. Apesar de já estabelecida no cenário crítico, essa comparação, distinta de outras, objetiva evidenciar em que medida alguns aspectos narrativos da conhecida novela são traduzidos e transcriados na linguagem cinematográfica. Para tanto, este estudo parte de uma breve reflexão sobre a importância contemporânea do caráter não disciplinar das teorias sem disciplinas e de uma explanação sobre a relação entre literatura e cinema. Valeremo-nos dos postulados teóricos defendidos por Claus Clüver (1977; 2006), Thaïs Diniz (2005), Paulo Emílio Gomes (2007), entre outros, bem como apresentaremos uma análise das escolhas feitas por Suzana Amaral na adaptação da novela, com o intuito de abordar a produção da cineasta enquanto objeto artístico singular e específico que promove uma “sobrevida” (DERRIDA, 2002; BENJAMIN, 2008) da obra de Lispector, por meio de uma renovação que contribuiu para sua permanência em nossa tradição cultural.
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