PERSPECTIVAS DE EMANCIPAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA E CURRICULAR

entre teorias e discursos

Autores

  • Elisandra de Souza Peres Universidade Federal de Santa Catarina
  • José Carlos Bernardino Morgado Universidade do Minho

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2020v13n1.41990

Palavras-chave:

Emancipação, Currículo, Prática pedagógica

Resumo

Este artigo apresenta os resultados de uma investigação – um estudo exploratório – acerca do conceito de emancipação nos domínios da produção do conhecimento e da prática pedagógica realizada entre os anos de 2012 e 2013 na Universidade do Minho, em Portugal. Com base em uma acurada pesquisa bibliográfica e na perspectiva de alguns professores das Universidades do Minho e do Porto, buscou-se compreender como se dimensiona o conceito de emancipação tanto no plano teórico como no plano das práticas curriculares desenvolvidas nas instituições educativas. Em termos metodológicos, recorreu-se aos métodos de pesquisa teórica e de campo, com a realização de entrevistas semiestruturadas com os educadores, a fim de averiguar que perspectivas adotam em suas produções teóricas e como configuram suas práticas e a organização curricular no âmbito da emancipação. Buscou-se conhecer como os professores trabalham o conceito de emancipação e de que forma o fazem. Os resultados demonstraram que a emancipação é um elemento estruturante da teorização crítica na produção de conhecimento, tanto no campo da educação quanto no campo do currículo, interferindo na forma como os educadores organizam suas práticas curriculares. Na visão dos entrevistados, a emancipação tem sido compreendida e posta em perspectiva como sinônimo de educação crítica, reflexiva, transformadora. É concebida como uma possibilidade para consubstanciar reflexões críticas e operar mudanças nos indivíduos – no sentido do esclarecimento e do desenvolvimento do pensamento crítico – e, por conseguinte, como finalidade da prática pedagógica e curricular orientada à transformação da educação e da própria sociedade. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Elisandra de Souza Peres, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Educação pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e Pedagoga pela Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc). Pesquisadora da UFSC nos Grupos GEPOC e Itinera. 

José Carlos Bernardino Morgado, Universidade do Minho

Professor do Departamento de Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa do Instituto de Educação da Universidade do Minho (Uminho). Doutor em Educação pela Universidade do Minho, em Portugal.  

Referências

ADORNO, Theodor Ludwig Wiesengrund. Educação e Emancipação. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra 2010.

ADORNO, Theodor Ludwig Wiesengrund; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

APPLE, Michael W. Educação e Poder. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.

______. Trabalho Docente e Textos: economia política das relações de classe e de gênero em Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

______. Conhecimento oficial: a educação democrática numa era conservadora. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

______. Política cultural e educação. São Paulo: Cortez, 2000.

______. Educação e Poder. Porto, PT: Porto, 2001.

______. Ideologia e Currículo. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GIROUX, Henry Giroux. Pedagogia Radical: subsídios. São Paulo: Cortez, 1983.

______. Teoria Crítica e Resistência em Educação: para além das teorias de reprodução. Rio de Janeiro: Vozes, 1986.

______. A Escola Crítica e a Política Cultural. 3.ed. São Paulo: Cortez, 1992.

______. Os Professores como Intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.

______. Cruzando as fronteiras do discurso educacional: novas políticas em educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

HABERMAS, Jürgen. Teoría de la Acción Comunicativa: complementos y estudios previos. 2. ed. Madri, ES: Ediciones Cátedra, 1994.

______.Teoría de la Acción Comunicativa: racionalidad de lá acción y racionalización social. Madri, ES: Taurus, 1999a.

______.Teoría de la Acción Comunicativa: crítica de la razón funcionalista. Madri, ES: Taurus, 1999b.

______. Consciência Moral e Agir Comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.

JACKSON, Phillip W. La vida en las aulas. 7. ed. Madrid, ES: Ediciones Morata, 2010.

KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: O que é o esclarecimento? Tradução: Luiz Paulo Rouanet. [S.l: s.n], 1784. (mimeo).

MAAR, Wolfgang Leo. À guisa de introdução: Adorno e a experiência formativa. In: ADORNO, Theodor Ludwig Wiesengrund (Org.). Educação e Emancipação. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2010. p. 11-28.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.

PERES, Elisandra de Souza. Currículo e Emancipação: uma articulação possível?Tese(Doutorado em Educação) -Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), Florianópolis, Santa Catarina, 2015.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade, uma introdução às teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

SPENCER, Herbert. Educação Intelectual, Moral e Physica. Porto, PT: Chardon, de Lello & Irmão, 1927.

WILLIS, Paul. Aprendendo a ser trabalhador: escola, resistência e reprodução social. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

Downloads

Publicado

16-04-2020

Como Citar

PERES, E. de S.; MORGADO, J. C. B. PERSPECTIVAS DE EMANCIPAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA E CURRICULAR: entre teorias e discursos. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 209–225, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.1983-1579.2020v13n1.41990. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/41990. Acesso em: 19 nov. 2024.