IKINS E ENCRUZILHADAS
Orunmilá e Exu nos caminhos dos conhecimentos, educações e descolonização
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2020v13n3.54228Palavras-chave:
Educação, Práticas de saber, Descolonização, Exu, OrumiláResumo
Este artigo problematiza a educação em diálogo com presenças, saberes e gramáticas subalternizadas pelo colonialismo. Destaco como o ataque a diversidade perpassa diretamente por ações que operam na blindagem e na precarização de princípios explicativos que resguardam outras sensações e experiências de mundo. Assim, a diversidade é fundamental para a emergência de rotas que afetem os seres em favor da vida, da dignidade, do bem viver e da justiça cognitiva e social (SANTOS, 2008). A educação é aqui pensada como um fenômeno cruzado entre experiência, aprendizagem, conhecimento e ética que tem como mote os princípios explicativos da cultura ioruba, em especial os orixás Exu e Orunmilá. Exu transladado para as Américas é o princípio dinâmico de toda e qualquer movimento, criação, comunicação e linguagem. Orunmilá versa acerca do conhecimento e das múltiplas possiblidades de interação com o mesmo. Ambos são aqui invocados como disponibilidade filosófica e pedagógica para propor giros enunciativos, políticos e epistemológicos que lancem a crítica da educação como um sentir, fazer e pensar necessário para a inscrição de caminhos plurais, responsáveis com a diferença e potentes para a descolonização.
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