AS IMPLICAÇÕES DO PENSAMENTO COMPLEXO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Autores

  • Adilson de Souza Borges UNOESC
  • Coll UFPEL/UNOESC

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2022v31n1.56421

Palavras-chave:

Pensamento complexo. Formação de professores. Teoria da complexidade. Formação docente.

Resumo

O artigo tem o objetivo de discutir os pressupostos mais marcantes do pensamento complexo ou teoria da complexidade, sua proposta de construção de conhecimento, bem como algumas implicações para a pesquisa e formação docente. Através de uma abordagem qualitativa, desenvolvemos uma discussão teórica (MORIN, 1998; LIBÂNEO, 2005) e análise de conteúdo (BARDIN, 1977) de artigos dos periódicos da Capes que trataram do pensamento complexo no contexto da formação de professores. Os resultados revelam que o pensamento complexo é uma teoria significativa na construção do conhecimento na sua totalidade, que estimula o desenvolvimento de uma visão mais ampla, reflexiva, crítica, problematizadora e transformadora, que integra as diferentes dimensões pessoal, social e institucional. Além disso, apontam que no pensamento complexo o conhecimento se constituí na polissemia e profundidade, de forma transversal e inter/multidisciplinar, articulando teoria e prática, sujeito e objeto, subjetividade e objetividade, numa dinâmica que revela a complexidade e contradição das diferentes variáveis que constituem os objetos deste processo, potencializando a formação de um sujeito mais ativo na sociedade.

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Biografia do Autor

Adilson de Souza Borges, UNOESC

Pesquisador na Área da Educação, com ênfase na formação de professores. Professor de Artes e Música. Pedagogo. Doutorando do curso de Doutorado em Educação. 

Coll, UFPEL/UNOESC

Graduada em Pedagogia (1986), com especialização em Educação (1991) pela Universidade Federal de Pelotas - UFPÈL. Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (1997). Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense – UFF (2003), com estágio doutoral no Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, Braga/Portugal (2002), com supervisão de Manuel Jacinto Sarmento. Pós-doutorado na Universidade de Caen, no Centro de Ciências da Educação – França (2009) em sociologia da infância e antropologia da criança,com supervisão de Julie Delalande. Professora Permanente do PPGEd da UNOESC e Professora Aposentada da UFPEL e colaboradora no PPGE. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq de 2005 a 2015. Tem experiência de Ensino, Pesquisa e Extensão nos Estudos da Criança e Educação Infantil, atuando principalmente nas seguintes áreas de interesse: formação, práticas educativas e docência na Educação Infantil, pesquisas com bebês e crianças pequenas, metodologias investigativas com participação de crianças e jovens, culturas infantis e cultura lúdica. Tem publicações, pesquisas e orientações no campo dos Estudos da Infância/Estudos da Criança e na Educação Infantil. Organizou de 2005 a 2013, quatro dossiês dos Estudos da Infância no Brasil reunindo pesquisadores de Universidades Estrangeiras e Brasileiras. Coordena o Grupo de Pesquisa CIC – Crianças, Infâncias e Culturas desde 2005.

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Publicado

2022-04-05

Como Citar

DE SOUZA BORGES, A.; COLL DELGADO, A. AS IMPLICAÇÕES DO PENSAMENTO COMPLEXO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES . Revista Temas em Educação, [S. l.], v. 31, n. 1, p. 115–134, 2022. DOI: 10.22478/ufpb.2359-7003.2022v31n1.56421. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rteo/article/view/56421. Acesso em: 30 abr. 2024.

Edição

Seção

ARTIGO DE REVISÃO