A epifania thanática do eu
perversão como registro social em O cobrador, de Rubem Fonseca
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2237-0900.2022v18.65265Resumo
O objetivo do presente artigo é viabilizar uma reflexão em torno da perversão em sua relação com as manifestações da violência/criminalidade, de modo a favorecer uma observação do fenômeno da perversão para além do seu aspecto exclusivamente estrutural, demonstrando-o como um mecanismo amplo, o qual se relaciona intrinsecamente com a cultura, sobretudo enquanto sintoma social, haja vista não operar apenas no âmbito particular de cada indivíduo, mas também enquanto expressão social. Tendo como baldrame teórico a perspectiva psicanalítica, que compreende a perversão como uma expressão da subjetividade humana, buscaremos analisar os porquês dos atos de violência impetrados pelo protagonista do conto O cobrador, do escritor Rubem Fonseca, de modo a demonstrar como seus personagens proporcionam um vislumbre da violência como forma de recusa da castração, de resposta ao mal-estar que opera sobre todos nós, mas de forma mais flageladora em relação àqueles que se encontram à margem no cenário social.
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