Tomar a palavra: mulheres, feminismos e fala pública
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1887-8214.2024v38n1.71430Palavras-chave:
Mulheres, Feminismos, Fala pública, ResistênciaResumo
Nos últimos anos, em diversos países do mundo, assistimos à emergência de trabalhos que demonstraram a regularidade das práticas de silenciamento às quais estiveram – e ainda estão – submetidas as mulheres. São trabalhos que revelam o funcionamento histórico e sistemático de tais práticas, além de seus modos de atuação e da danosa naturalização de seus efeitos. Nesse cenário, o ensaio bibliográfico que apresentamos dedica-se a uma apresentação crítica do modo como os movimentos feministas problematizaram a fala das mulheres e, principalmente, agenciaram lugares de resistência às interdições que lhe foram impostas. Trata-se de um percurso que tem início no século XIX e que desagua em nossos dias, contemplando, conforme o pretendemos demonstrar, pelo menos três distintas reivindicações: primeiramente, a reivindicação do pleno exercício oratório das mulheres; na sequência, a reivindicação da oferta de um regime de escuta a tal exercício; e, por fim, a reivindicação da legitimidade daquilo que dizem as mulheres. Para tanto, o ensaio lança mão de uma vasta bibliografia feminista.